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Tropas sírias cercaram nesta quinta-feira (9) a cidade de Jisr al-Shughour, no norte do país, enquanto centenas de pessoas aproveitaram uma das últimas rotas de fuga e atravessaram as montanhas para a vizinha Turquia, muitas vezes fazendo a jornada a pé. A cidade de Jisr al-Shughour ficou quase vazia, enquanto seus moradores cruzavam olivais e alcançavam por estradas secundárias a Turquia, disse um ativista. O Ministério das Relações Exteriores da Turquia informou que mais de 2.400 sírios cruzaram a fronteira, que permanece aberta para os refugiados.

O jornal governista sírio Al-Watan disse na sua edição desta quinta-feira que o Exército da Síria está se mobilizando para um confronto que poderá durar dias na província de Idlib. Segundo o jornal, os soldados enfrentarão 2 mil combatentes armados, apoiados por "jovens extremistas". Enquanto isso, mais sírios se abrigam em tendas no lado turco da fronteira ou então com parentes.

Em Genebra, Navi Pillay, alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, acusou a Síria de tentar "submeter sua população à subserviência" ao atacar manifestantes da oposição com francoatiradores, tanques e artilharia pesada.

Um homem que ficou para trás em Jisr al-Shughour alertou que centenas de soldados e pelo menos 27 tanques de guerra estavam cercando a cidade. "Parece que eles estão prontos a lançar um ataque", disse, sob anonimato. Ativistas sírios dizem que mais de 1.300 pessoas foram mortas desde que começaram os protestos contra o presidente Bashar Assad, em meados de março. A maioria dos mortos eram civis, mas algumas centenas de policiais e soldados perderam as vidas. Uma porta-voz do governo afirma que 500 soldados e policiais foram mortos, incluídos os 120 que foram assassinados em Jisr al-Shughour nesta semana.

Grupos de sírios cruzaram a fronteira para a Turquia em picapes, motocicletas, automóveis e a pé, deixando a província de Idlib. "Eu não quero morrer. Eu também quero que Bashar vá embora", disse um adolescente sírio, que se identificou apenas por seu primeiro nome, Ahmad. Ativistas dizem que mais de 10 mil pessoas já foram presas desde março.

Tanques sírios também foram enviados para as ruas e avenidas de Alepo, a segunda maior cidade do país e não distante da fronteira turca, disse o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. "Existem tanques nas ruas", declarou Erdogan à emissora de televisão CNN Turkey. "O governo parece ter perdido o controle por lá".

Alepo, pela proximidade geográfica com a Turquia, tem laços fortes com o país vizinho e Erdogan afirmou que o governo turco tomou medidas para proteger famílias sírias de origem turca que vivem por lá. Ele também disse que a Turquia aceitará todos os refugiados sírios que fujam e cruzem a fronteira, mas apelou a Bashar Assad que pare com a repressão e inicie reformas políticas verdadeiras. As informações são da Associated Press.

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