O Consulado Honorário da Síria em Curitiba estima que nos últimos dois anos pouco mais de 50 famílias chegaram à capital do estado fugindo do Estado Islâmico (Isis), que aterroriza seu país natal. Uma estatística mais precisa deverá ficar pronta em 15 dias, mas é perceptível que o fluxo de chegada diminuiu bastante com a crise econômica brasileira, segundo o cônsul honorário Abdo Dib Abagge.

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O drama, porém, tem crescido. Quase todos os imigrantes têm parentes na Síria e passam o dia com a cabeça em seu país. As conversas giram sobre a disputa entre o Isis e as forças armadas do presidente Bashar Al Assad. A maior dificuldade é acompanhar as notícias. Skype, whatsapp, viber, qualquer aplicativo que consiga estabelecer uma conexão com a Síria, é usado.

“Alguns conseguem por telefone, mas passam dias sem contato”, afirmou o cônsul, que tem familiares em Aleppo, norte da Síria, segunda maior cidade do país. Esses momentos sem informações são os mais angustiantes. Vários têm familiares que já deixaram o país. “Quase todos saíram de lá. Só os mais idosos ficam”, comenta.

Em alguns casos, os familiares não querem abandonar o país por medo de perder para sempre tudo que construíram e adquiriram. Os que saem têm as casas invadidas por integrantes do Isis ou até da frente Al-Nusra, grupo ligado a Al-Qaeda. Cristãos são perseguidos e obrigados a aderir ao Islã e a mudar todos os seus hábitos. Do contrário, são mortos.

Mesmo com a dificuldade para chegar à Europa, eles preferem enfrentar o mar e os barcos na travessia até Grécia e Turquia. Muitas vezes, esperam dias no mar com fome, levando apenas documentos e a roupa do corpo para serem abordados por autoridades marítimas destes países. Dali vão para um campo de refugiados e esperam obter documentos para conseguir percorrer o continente.

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