O surto de contaminação da Influenza A H1N1, chamada de gripe suína, felizmente, não tem se mostrado tão letal quanto se temia logo no seu início. Mas a velocidade com que a doença se espalhou, do México para os quatro cantos do mundo, foi suficiente para causar medo e apreensão de proporções cinematográficas.
Aliás, os perigos de um inimigo invisível e incontrolável, que se espalha causando morte e destruição, é quase um clichê hollywoodiano. A diferença entre os roteiros se resume, basicamente, à origem do agente contaminante, seus efeitos e letalidade de cada um.
Mas, do mais absurdo vírus criado em laboratório que transforma toda a humanidade em zumbis mutantes assassinos aos casos que retratam surtos de vírus reais como o do ebola ou da gripe aviária, o maior receio de todos é o de ver se repetir na realidade o caos retratado nas telas dos cinemas.
Isso porque a catástrofe que se segue aos surtos de contaminação dos filmes vai além do elevado número de mortes. A ficção demonstra o esforço e ao mesmo tempo a incapacidade da sociedade e dos governos em lidar com um inimigo invisível e altamente letal.
A cena de autoridades em rede nacional afirmando que têm tudo sob controle é de causar um certo receio quando ela é vista nos noticiários da vida real. Por um bom motivo: nos filmes, quando a contaminação não é controlada, as soluções passam do isolamento da área de contaminação à aniquilação total da população, inclusive com armamento atômico. Por sorte, com a Influenza A, bastou o governo mexicano decretar um toque de recolher de cinco dias.
Em todo o caso, é bom nunca se esquecer de que existem sim os finais felizes. Ao menos no cinema, quase sempre, a Humanidade de alguma forma aprende lições de generosidade e acaba tornando o mundo um lugar melhor.
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