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Um dos acampamentos utilizados por traficantes: imigrantes são mortos ou mantidos em cativeiro. | Polícia Real da Malásia / Divulgação / EFE
Um dos acampamentos utilizados por traficantes: imigrantes são mortos ou mantidos em cativeiro.| Foto: Polícia Real da Malásia / Divulgação / EFE

A polícia da Malásia encontrou 139 covas, algumas contendo corpos com sinais de tortura, e jaulas para seres humanos em 28 acampamentos utilizados por traficantes de pessoas no país. As quadrilhas usam as densas selvas do sul da Tailândia e do norte da Malásia como rota para o tráfico.

A maioria das vítimas é procedente de Bangladesh ou é composta por muçulmanos da etnia rohingya, que fogem da perseguição em Mianmar.

Preocupação

O vice-secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse estar preocupado com a situação dos muçulmanos em Mianmar. Monges budistas proibiram membros da etnia rohingya de terem filhos.

“É uma cena muito triste. Para nós, uma (vítima) já seria sério. Encontramos 139”, disse o inspetor-geral de polícia da Malásia, Khalid Abu Bakar, no estado de Perlis, no norte do país. “Estamos trabalhando estreitamente com os nossos colegas da Tailândia. Nós vamos encontrar as pessoas que fizeram isso.”

A descoberta sinistra ocorreu depois que foram encontradas covas rasas semelhantes no lado tailandês da fronteira, no início deste mês. Após a repressão aos acampamentos por autoridades tailandesas, os traficantes abandonaram milhares de imigrantes em barcos frágeis na Baía de Bengala e no mar de Andaman. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que cerca de 8 mil pessoas estão à deriva no mar.

“Ficamos chocados com a crueldade”, disse Abu Bakar, descrevendo as condições nos acampamentos espalhados em um trecho de 50 quilômetros na fronteira com a Tailândia, em torno do qual as covas foram encontradas.

Expressando consternação com a descoberta, o primeiro-ministro malaio, Najib Razak, prometeu encontrar os responsáveis.

Etnia perseguida

Milhares de muçulmanos da etnia rohingya, que é perseguida em Mianmar, são transportados todos os anos por traficantes no sul da Tailândia. Nos últimos anos, muitos deles passaram a ser mantidos presos em acampamentos na fronteira com a Malásia até que seja pago um resgate. As cobranças variam de US$ 1,2 mil a US$ 1,8 mil.

Apesar da campanha de grupos que defendem os direitos das mulheres, Mianmar introduziu uma lei de controle de natalidade que impede os rohingya de terem filhos. O projeto faz parte de quatro legislações propostas por monges budistas que temem o aumento da população muçulmana no país.

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