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A polícia russa deteve neste domingo (27) manifestantes homossexuais que pediam o direito de realizar uma parada do orgulho gay em Moscou, enquanto nacionalistas gritando "morte aos homossexuais" batiam e chutavam os integrantes da marcha. Os manifestantes tentavam apresentar uma petição ao prefeito da capital russa, Yuri Luzhkov (que já classificou as manifestações gays como atos satânicos), para que acabasse com a suspensão à parada.

Nacionalistas e seguidores da igreja ortodoxa russa seguravam imagens e afirmavam que a homossexualidade era uma "desgraça" enquanto um grupo de jovens apareceu com máscaras cirúrgicas, o que, segundo eles, os protegiam da "doença gay".

"Estamos defendendo nossos direitos", disse um jovem homossexual chamado Alexey, com sangue saindo de seu nariz depois que foi atacado por um homem alegando que "homossexuais são pervertidos". O agressor foi preso.

"Isso é terrível, mas não tenho medo. Esse é um lugar muito assustador, um país bem assustador se você é gay. Mas não vamos desistir até que reconheçam nossos direitos", afirmou.

Centenas de policiais se enfileiravam numa rua do centro de Moscou enquanto investigadores se misturavam a um grande número de jornalistas estrangeiros e russos. O organizador da parada, Nikolai Alexeyev, disse à Reuters por telefone de uma delegacia que cerca de 20 pessoas foram detidas, número confirmado pela polícia.

A Rússia descriminalizou a homossexualidade em 1993, mas a tolerância não é generalizada. "Acreditamos que esses pervertidos não deveriam ser autorizados a marchar nas ruas de Moscou, a Terceira Roma, uma cidade sagrada para todos os russos", disse Igor Miroshnichenko. Ele afirmou ser um crente ortodoxo que havia vindo ajudar a polícia. "A homossexualidade) é satânica", disse.

Richard Fairbrass, um cantor gay do grupo britânico Right Said Fred, foi atingido no rosto e chutado por ativistas enquanto dava uma entrevista. "Entendemos que esse é um evento gay, então viemos até aqui hoje", disse Fairbrass antes de ser atacado.

A presidente do Partido Verde da Alemanha, Claudia Roth, pediu à chanceler alemã, Angela Merkel, que discuta o assunto de direitos com o presidente russo, Vladimir Putin, no encontro do G8, em junho. "Foi demonstrado uma vez mais hoje que direitos humanos sofrem abusos sistematicamente na Rússia de Putin", afirmou ela em um comunicado.

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