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Manifestantes ocupam os dois aeroportos de Bangcoc desde terça-feira. | Saeed Khan/AFP
Manifestantes ocupam os dois aeroportos de Bangcoc desde terça-feira.| Foto: Saeed Khan/AFP

Os manifestantes contrários ao governo da Tailândia, que ocupam o Aeroporto Internacional de Suvarnabhumi, na capital Bangcoc, desde terça-feira, deram permissão para que 88 aviões deixem o local até hoje.

O acordo, alcançado após horas de negociações, permite que aviões voem para aeroportos em outras províncias do país para retirar os turistas que ficaram retidos na Tailândia desde que os dois principais aeroportos de Bangcoc foram tomados pelos manifestantes, na escalada dos protestos contra o governo do país.

As manifestações já ocorrem há mais de três meses, pressionando o premier tailandês, Somchai Wongsawat, a renunciar. Ele afirma ter sido democraticamente eleito e nega que vá ceder às pressões. Os manifestantes, reunidos em torno da Aliança pela Democracia (APD), acusam o premier de ser leal ao ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, foragido do país sob acusações de corrupção e abuso de poder.

Explosões

Ontem, explosões ocorridas nos locais ocupados pelos manifestantes deixaram 51 pessoas feridas, aumentando os temores de confrontos. As explosões atingiram o complexo de edifícios do governo, uma estação de tevê de oposição ao governo e uma estrada perto do aeroporto Don Muang. Ao menos quatro dos feridos estão em estado grave. Ninguém assumiu a responsabilidade pelos incidentes, mas um dos porta-vozes dos manifestantes oposicionistas culpou o governo.

O líder da APD, Chamlong Srimuang, disse que os manifestantes continuarão nos dois aeroportos. Ele afirmou que a vitória sobre o governo de Wongsawat está próxima.

Paranaenses estão entre turistas

Cerca de 100 mil passageiros estão bloqueados em Bangcoc, aguardando a reabertura dos dois aeroportos. Entre eles, está um grupo de 52 brasileiros, entre os quais há 11 paranaenses, como conta o curitibano Luiz Henrique Abreu de Moraes, 73 anos, que está "ilhado" em um hotel de Bangcoc com a mulher e a filha. O grupo de brasileiros, que está em excursão pela Ásia desde o início de novembro, chegou a Bangcoc na segunda-feira, e deveria ter saído da cidade na quarta-feira. Após serem alertados de que não conseguiriam decolar, os turistas foram orientados a permanecer no hotel. "A cidade está tranqüila; o único problema é que ninguém pode chegar perto do aeroporto. São 20 mil manifestantes nos dois aeroportos. Eles impedem o acesso às estradas; nem a polícia chega lá", relata Moraes.

O grupo, formado majoritariamente por idosos, deveria ter chegado ao Brasil na manhã de ontem. "Várias pessoas já alertaram que o dinheiro está acabando; outras estão vendo acabarem os remédios; fora os compromissos pessoais que iremos perder." Moraes diz que a única orientação que recebem é para não se aproximarem dos edifícios do governo. "O pior é a falta de perspectivas. O que assusta mais é que, se houver um confronto entre os manifestantes e a polícia, isso aqui pode virar uma guerra civil", opina Moraes.

Os brasileiros pediram auxílio do embaixada brasileira em Bangcoc, mas foram informados de que nada poderia ser feito sem uma ordem de Brasília. Agora, o grupo tenta contato com o Itamaraty para conseguir sair do país.

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