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Paris – A polícia francesa divulgou ontem os estragos causados por manifestações violentas anti-Sarkozy que irromperam na madrugada de domingo pelo país. Foram 732 carros incendiados e 592 pessoas detidas, além de lojas depredadas, em Paris, Lyon, Nantes e outras cidades.

Os confrontos que trouxeram à tona o temor da repetição das manifestações de maio de 2005 – quando a morte de dois jovens descendentes de imigrantes desencadeou uma onda de vandalismo nos subúrbios de Paris que resultou em cerca de 9 mil carros incendiados – também fizeram 78 feridos, entre policiais e manifestantes.

Na noite de ontem houve mais protestos – em Paris, cerca de 500 pessoas participaram de uma passeata no centro em que houve depredações de cabines telefônicas e vitrines de lojas. Em outros pontos da cidade houve choques entre policiais e mais manifestantes. Protestos anti-Sarkozy também se repetiram ontem em Caens, Nantes e Tours, além de Lyon.

As manifestações, principalmente em Paris, são o retrato da França polarizada. Enquanto na Praça da Concórdia milhares de pessoas celebravam a consagração da direita com a vitória de Sarkozy, no domingo à noite, grupos de jovens se confrontavam com a polícia na Praça da Bastilha. O comércio da Rue de Lyon, que vai da praça até a Gare de Lyon, foi devastado: um salão de cabeleireiro foi inteiramente destruído, assim como bancos, lojas revendedoras de carro e restaurantes.

Dominique Fontaine, coreógrafa que mora no bairro, estava de madrugada na rua vendo os estragos. "Eu não estou de acordo com isso. Mas é preciso dizer que tem muita gente que não gosta de Sarkozy. Se você não respeita as pessoas e as chama de racaille (gentalha)...é isso que dá. O respeito tem que vir dos dois lados", disse.

Songin, 43 anos, dono de um pequeno restaurante chinês, fechou o seu negócio depois que passou o furacão pela rua, mas não conseguiu ir para casa dormir. Ficou assistindo ao desespero da dona de uma farmácia e de uma padaria atacadas. Para ele, a França precisa aplicar o método chinês: disciplina em casa.

"É muito grave isso tudo. É preciso que os pais batam mais nas crianças e os eduquem como é preciso em casa", sugeriu.

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