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O principal centro de pesquisa do mundo dedicado a desvendar as origens da matéria deu nesta quarta-feira um passo gigantesco em direção à conclusão de um projeto de 15 anos, no qual os cientistas esperam poder descobrir muitos dos segredos do Universo.

Um enorme núcleo magnético, pesando 1.920 toneladas, foi baixado em uma vasta câmara 100 metros abaixo do Cern (Organização Européia de Pesquisa Nuclear), na fronteira da Suíça com a França, perto de Genebra.

"Acreditamos que esse projeto descobrirá coisas que nem imaginamos agora", disse o professor Jobs Engelen, diretor-científico do Cern, que inclui 26 países.

Alguns de seus colegas afirmaram que o projeto, que chocará partículas entre si a altíssimas velocidades no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), ajudará a desvendar a possível existência de múltiplas dimensões, além das quatro tradicionais da física: comprimento, largura, profundidade e tempo.

Outros se atrevem a descrever possibilidades há muito descritas apenas na ficção científica -- múltiplos universos, mundos paralelos, buracos no espaço-tempo ligando diferentes níveis de existência.

"Este é um momento muito emocionante para a física. O LHC está preparado para nos levar a um próximo nível de entendimento de nosso Universo", disse Tejinder Virdee, porta-voz da equipe responsável pelo detector de partículas do projeto, conhecida pelas iniciais CMS.

O ímã e os equipamentos que o cercam, instalados com a ajuda de uma grua especialmente projetada, ao lado de um sistema hidráulico, são a parte mais pesada do CMS e somam 8 das 15 partes do colisor.

Além do ímã e dos detectores, o elemento principal do LHC é o túnel circular de 27 quilômetros onde partículas de matéria serão disparadas em direções opostas e à velocidade da luz para se chocarem.

Os experimentos devem começar no final deste ano, e o sistema estará totalmente operacional em meados de 2008.

Usando aceleradores de partículas construídos para uma versão anterior do LHC, controladores poderão gerar cerca de 600 milhões de colisões por segundo.

Cada choque, segundo o Cern, recriará as condições que existiram nanosegundos depois do Big Bang, a explosão inicial que cientistas dizem ter ocorrido há 15 bilhões de anos e que gerou o Universo.

Estudando o que acontece com as partículas, um processo que será analisado por computadores muito sofisticados, os pesquisadores do Cern acreditam que conseguirão conhecimento sobre como a matéria do Universo conhecido, e talvez de dimensões desconhecidas, foi formada.

Eles esperam também aprender mais sobre a matéria escura que acredita-se existir em quantidades 30 a 100 vezes maiores que as de matéria comum, da qual o Universo que podemos detectar diretamente é feito.

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