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O maquinista do trem espanhol que descarrilou na semana passada, matando dezenas de passageiros, tinha recebido três sinais de alerta depois de atender ao telefone minutos antes do acidente fatal, mostraram dados da caixa-preta divulgados nesta sexta-feira (2).

O inspetor de passagens Antonio Martin, que estava no mesmo trem, ligou para o maquinista Francisco Garzón para perguntar qual plataforma o trem usaria na estação um pouco mais à frente, disse o condutor a um juiz de instrução em audiência anterior.

O descarrilamento matou 79 pessoas nos arredores de Santiago de Compostela, no noroeste da Espanha, na semana passada, em um dos piores desastres ferroviários do país. Os indícios indicam que Garzón, de 52 anos, estava a uma velocidade rápida demais para aquele trecho de curva acentuada.

O maquinista foi acusado de homicídio por negligência, mas foi libertado sem fiança à espera do julgamento.

Garzón recebeu o telefonema às 20h39 (horário local) quando o trem estava a 199 quilômetros por hora, mostraram dados da caixa-preta divulgados nesta sexta-feira. A ligação durou menos de dois minutos e terminou 11 segundos antes de o trem sair dos trilhos.

O maquinista freou às 20h40, quando o trem estava viajando a 195 quilômetros por hora, apesar de o limite de velocidade máxima para aquele trecho ser de 80 quilômetros por hora, mas já era tarde demais.

Sinais de alerta soaram às 20h39, 20h40 e 20h41, mas não ficou claro a partir das transcrições da caixa-preta divulgadas pelo tribunal se eram para reduzir a velocidade. A televisão estatal espanhola afirmou nesta sexta-feira que o primeiro sinal indicava uma luz verde na pista.

O juiz que cuida do caso disse na quinta-feira que era lamentável a ligação ter ocorrido naquele momento, mas que não era motivo suficiente para acusar o inspetor criminalmente.

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