A Comissão de Direitos Humanos do Sudão do Sul denunciou nesta segunda-feira (24) que pelo menos 600 pessoas morreram na capital, Juba, em massacres perpetrados por motivos étnicos, após a explosão do conflito entre governo e os rebeldes em dezembro.

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Essas são as conclusões do primeiro relatório deste órgão governamental sobre os atos de violência registrados nos últimos três meses, depois que as autoridades acusaram o vice-presidente Riek Machar de uma tentativa de golpe de Estado.

Com o início dos enfrentamentos no interior do quartel da Guarda Republicana, em Juba, alguns de seus soldados cercaram e assassinaram em seus lares famílias de civis da tribo nuer, à qual pertence Machar, segundo o relatório.

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Testemunhas confirmaram também que membros da rival tribo dinka, vestidos com uniformes militares e armados com fuzis automáticos, inspecionaram casas em busca dos nuer.

A comissão assinalou que o conflito desde o começo teve conotação étnica, por isso que pediu para conter de maneira urgente esta situação.

O presidente sul-sudanês, Salva Kiir, é membro do clã dinka, que junto à nuer constituem as maiores tribos do país e possuem armas.

O documento, que se centra somente no ocorrido em Juba, será entregue ao parlamento e ao Conselho de Estados.

A Human Rights Watch (HRW) já denunciou em janeiro que tanto as forças governamentais como as rebeldes perpetraram ataques contra civis e massacres por motivos étnicos.

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O grupo, que entrevistou 200 vítimas e testemunhas, indicou que houve massacres generalizados de homens da tribo nuer pelas mãos do Exército sul-sudanês na capital, e de membros desta tribo contra os dinka na cidade de Bor, entre outras.

Milhares de pessoas morreram e centenas se viram obrigadas a abandonar seus lares desde meados de dezembro pelos combates.

O governo e os insurgentes assinaram um acordo de cessar-fogo em 23 de janeiro na capital da Etiópia, mas ambos os grupos se acusaram de violá-lo.