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Mario Riccio, o médico que desconectou o ventilador pulmonar que matinha vivo o italiano Piergiorgio Welby, ajudando assim o paciente a morrer , afirmou que está tranqüilo, em declarações publicadas nesta sexta-feira pelo diário "Il Giornale".

"Estou sereno e tranqüilo com minha consciência e com a lei", declarou o anestesista, que trabalha em um hospital de Cremona, no Norte da Itália.

O poeta Welby ficou paralisado por causa de uma distrofia muscular, que o afetou desde os 20 anos de idade. A sua morte foi acompanhada pela esposa, por familiares e por amigos.

Riccio pode ser condenado a até 15 anos de prisão, já que a eutanásia é proibida na predominantemente católica Itália. A medida extrema é amplamente condenada pelo Vaticano, que prega que a vida deva ser protegida desde o gestação até o seu fim natural. O anestesista também pode ser expulso do Conselho de Médicos do país europeu.

"É uma situação que vejo e vivo todos os dias na unidade de terapia intensiva, onde os pacientes pedem que os médicos renunciem ao tratamento terapêutico", contou.

A eutanásia ativa é legalizada na Holanda, na Bélgica, na Suíça e no estado americano do Oregon. ( Clique e conheça a legislação européia sobre o tema )Casos famosos

Nos EUA, um rumoroso caso agitou a opinião pública em 2005. Terri Schiavo, que vivia em estado vegetativo, quase duas semanas após o tubo que a alimentava ter sido desligado por ordem da Justiça, a pedido do marido e contra o desejo dos pais.

O episódio gerou um grande debate nos EUA. O presidente George W. Bush chegou a assinar uma lei de emergência aprovada no Congresso especialmente para manter Terri viva, o que levara o caso à Justiça federal.

A discussão sobre a eutanásia ganhou com sucesso as telas de cinema com o filme "Mar adentro", que conta a história de Ramon Sampedro, um marinheiro que ficou tetraplégico num acidente de mergulho quando era jovem. Após 30 anos preso a uma cama, o espanhol conquistou o direito de ser morto com injeção letal.

O título do filme foi retirado de um dos muitos poemas de amor que Sampedro escreveu, batendo uma vareta presa na boca.

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