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É grande a expectativa na Argentina sobre a volta ao trabalho da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, afastada do cargo desde o dia 5 de outubro, quando sentiu fortes dores de cabeça e arritmia cardíaca. Três dias depois, ela foi submetida a cirurgia para drenagem de um hematoma em membranas entre o crânio e o cérebro. No último sábado, Cristina recebeu alta, mas passou o fim de semana com um aparelho monitorando o batimento cardíaco. Somente nesta segunda-feira os médicos vão definir como será a retomada das atividades da presidente.

O governo está praticamente paralisado, com vários assuntos urgentes, à espera da presidente. Do ponto de vista político, o principal deles é a mudança de ministros. Neste mês de licença médica, a disputa interna entre sua equipe se acentuou e a derrota eleitoral nas eleições parlamentares de 27 de outubro enfraqueceu a posição de alguns de seus colaboradores e fortaleceu outros. A maior divisão ocorre na equipe econômica, entre a presidente do Banco Central, Mercedes Marcó del Pont, o titular da Receita Federal, Ricardo Echegaray, o secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, o secretário de Política Econômica, Axel Kicillof, e o inexpressivo ministro de Economia, Hernán Lorenzino.

Nos bastidores da Casa Rosada, comenta-se que o chefe de Gabinete da Presidência, Juan Manuel Abal Medina, poderia ser substituído pelo governador de Entre Ríos, Sergio Urribarri, para dar-lhe maior notoriedade, capaz de ajudar a construção de uma possível candidatura à Presidência em 2015 como herdeiro do kirchnerismo. Comenta-se ainda outros nome para a Chefia de Gabinete, como o do atual presidente da Câmara dos Deputados, Julián Domínguez.

Com a renovação de metade da Câmara e um terço do Senado, Cristina terá que decidir os nomes dos novos líderes de bancadas. O ministro de Agricultura, Norberto Yauhar é um forte candidato a deixar o governo após ter sido derrotado nas eleições em sua província, Chubut, onde foi candidato a deputado. O ministro de Saúde, Juan Manzur, foi eleito a deputado pela província de Tucumán, e poderia deixar o cargo.

Além das mudanças no gabinete, a presidente terá que negociar a liderança do Partido Justicialista (PJ), também chamado peronista, na província de Buenos Aires, o principal distrito político do país, com quase 40% dos votos. Amanhã (12) vence o prazo para a inscrição das chapas que concorrem ao diretório do partido, em eleições marcadas para o dia 15 de dezembro.

Também à espera de Cristina se encontra a aplicação da Lei de Mídia, considerada constitucional por parte da Suprema Corte de Justiça. O governo terá que decidir se aceita o plano "voluntário" que o Grupo Clarín apresentou para adequar-se à Lei o qual divide os ativos do grupo em seis empresas diferentes.

No âmbito econômico, Cristina terá que decidir também sobre a lista argentina a ser apresentada nesta semana, em Caracas, para a negociação entre o Mercosul e a União Europeia com vistas a um acordo de livre-comércio. Os países sócios precisam harmonizar suas respectivas listas para formular a proposta a ser entregue à UE em dezembro.

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