Metade das mulheres chinesas já sofreu abusos físicos ou sexuais de seus parceiros homens, revela um estudo coordenado pela Organização das Nações Unidas publicado nesta sexta-feira pelo site oficial "China.org".
O estudo entrevistou mil homens na região sul do país e mostrou que aproximadamente metade deles confessou ter cometido os maus-tratos.
De acordo com o Coordenador Regional do Programa de Parceiros para a Prevenção (grupo da ONU que organizou a pesquisa), James Lang, "os resultados preliminares são impactantes".
Um em cada quatro homens, por exemplo, confessou ter raptado uma mulher e um em cada 25 disse ter participado de um estupro em grupo, segundo a pesquisa, que também analisou as respostas de mais de mil mulheres do país.
"A violência é um fenômeno complexo. Muitas pesquisas enfocam a mulher, mas se queremos ter soluções para reduzir a violência, temos que incluir os homens. Essa é a motivação desse estudo", declarou Lang em um simpósio de pesquisa sobre a Violência de Gênero, realizado em Pequim.
O trabalho da ONU, realizado em 2011, não identificou o nome da região para proteger a confidencialidade dos participantes, dos quais 90% estavam casados ou divorciados.
Durante a apresentação do relatório, foi ressaltado que as mulheres chinesas enfrentam mais risco de serem estupradas por seu parceiro que por outras pessoas.
Das entrevistadas, concluiu-se que três em cada cinco foram estupradas por seus parceiros e que entre as que sofreram violência física, 40% foram feridas.
O estudo revelou que uma das razões do comportamento violento dos homens é a arraigada defesa da masculinidade, exercida tanto pelos homens quanto pelas próprias mulheres chinesas.
Embora a maioria dos entrevistados tenha defendido a igualdade de gêneros, 72% dos homens e 61% das mulheres defendeu que os primeiros tenham "maior voz" nas decisões importantes.
Metade dos homens e um quinto das mulheres ainda apoiaram uso da violência masculina para defender sua reputação. Além disso, metade de todos os abordados pela pesquisa disse acreditar que os homens precisam fazer mais sexo.
Os resultados da enquete fazem parte de um estudo comparativo entre seis países da Ásia Oriental que no total entrevistou mais de 10 mil homens e 2 mil mulheres, entre 18 e 49 anos, de Bangladesh, Camboja, China, Indonésia, Papua Nova Guiné e Sri Lanka.
O estudo será concluído e publicado em julho.
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