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Milhares de pessoas marcharam em silêncio neste domingo (08) pela região central da Cidade do México em protesto contra a violência provocada pelas drogas, que já deixou dezenas de milhares de mortos no país. O poeta e jornalista Javier Sicilia foi o organizador da marcha "por paz, segurança e justiça", depois da morte brutal de seu filho, em março. Organizadores disseram que esperavam mais de 50 mil pessoas no entorno da principal praça da capital, a Zocalo, mas a polícia estima que cerca de 24 mil pessoas compareceram.

Os participantes expressaram sua frustração crescente com a violência entre gangues de traficantes de drogas e as forças de segurança do México, que matou mais de 34,6 mil pessoas entre dezembro de 2006 e dezembro de 2010, de acordo com dados oficiais. Outros milhares de pessoas já morreram desde então, segundo a imprensa local.

Os manifestantes também pediram que o governo do presidente Felipe Calderón retire cerca de 50 mil tropas distribuídas pelo país para repressão dos cartéis de drogas desde 2006. "Queremos dar rostos, nomes, datas e histórias para cada uma das 40 mil vítimas que essa estratégia mortificante deixou para trás", disse Sicilia à AFP, no início da marcha deste domingo. "Queremos sentar em volta da mesa e pensar numa nova estratégia, porque essa tem sido um fracasso até agora."

Sicilia organizou o protesto depois que seu filho e outras seis pessoas foram encontrados mortas após sofrerem tortura, na cidade resort de Cuernavaca, a cerca de 90 km da capital mexicana. O governo acusou membros de gangues de drogas. O poeta iniciou a marcha rumo à Cidade do México com centenas de pessoas de Cuernavaca na quinta-feira, enquanto muitas outras cidades mexicanas planejavam realizar protestos semelhantes hoje.

O movimento, que não tem apoio político, pretende organizar um pacto antiviolência a ser assinado em junho na Cidade Juarez, a mais violenta do México na fronteira com os Estados Unidos, onde mais de 3 mil pessoas foram mortas em 2010. As informações são da Dow Jones.

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