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Após um mês de grandes protestos nas ruas, a batalha pelo poder no México volta às urnas nesta quarta-feira, com uma recontagem parcial dos votos de uma eleição presidencial acirrada, que dividiu o país.

O principal tribunal eleitoral do país ordenou a recontagem dos votos de 9% dos postos eleitorais, numa tentativa de encerrar as denúncias de fraude e conter a crise política que tem abalado a jovem democracia mexicana.

A partir da manhã desta quarta-feira, juízes, autoridades eleitorais e representantes partidários vão passar até cinco dias checando os resultados de 11.839 postos de votação para averiguar se são verdadeiras as acusações do candidato derrotado, Andrés Manuel López Obrador, de que a eleição foi fraudada.

O candidato do partido governista conservador, Felipe Calderón, venceu o pleito de 2 de julho por uma margem pequena de votos.

Ex-prefeito da Cidade do México, López Obrador tem levado centenas de milhares de seguidores às ruas exigindo uma recontagem de todos os 41 milhões de votos. Isso foi rejeitado pelo tribunal eleitoral, e o candidato criticou duramente a decisão de realizar uma recontagem apenas parcial.

- Não queremos um décimo de democracia. Queremos 100% de democracia - disse ele à multidão que, nos últimos dez dias, tem dormido e morado na enorme praça Zocalo e numa avenida que corta o principal bairro financeiro da capital do país.

Se as recontagens parciais mostrarem uma diminuição da vantagem de Calderón para Obrador, isso pode obrigar o tribunal eleitoral a autorizar a abertura de um número maior de urnas. Se não houver mudanças nos números, López Obrador estará sob pressão para desistir dos protestos.

Muitos temem que a disputa de poder torne-se violenta, no que seria o maior desafio à democracia mexicana desde que o presidente Vicente Fox chegou ao poder, em 2000, encerrando sete décadas de regime de partido único famoso pela corrupção e eleições fraudulentas.

O governo mexicano reforçou a segurança pessoal de Fox esta semana e mandou a polícia federal proteger instalações petrolíferas e o aeroporto internacional da Cidade do México.

Calderón venceu a eleição com apenas 244 mil votos de vantagem, ou 0,58 ponto percentual, mas argumenta que foi uma vitória limpa. Ele acusa López Obrador e o Partido da Revolução Democrática de utilizar a divisão de classes do México para tentar ganhar nas ruas o que perdeu nas urnas.

Apesar da retórica inflamada dos dois lados e da tensão crescente, ainda não houve violência nos protestos e López Obrador insiste em afirmar que sua campanha seguirá pacífica.

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