O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken (ao centro), conduzirá nesta sexta-feira uma reunião virtual para lançar uma coalizão internacional contra as drogas sintéticas| Foto: EFE/Andrea De Silva
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O México estará presente na reunião convocada pelos Estados Unidos para fundar uma coalizão internacional contra o tráfico de fentanil e outros opioides sintéticos, da qual a China não demonstrou interesse em participar, segundo informou nesta quinta-feira (6) o Departamento de Estado americano.

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O fentanil é uma poderosa droga sintética fabricada por cartéis mexicanos usando precursores químicos da China e traficada para os Estados Unidos, onde causa milhares de mortes por overdose a cada ano.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, conduzirá nesta sexta-feira (7) uma reunião ministerial virtual com 84 países e diversas organizações internacionais para lançar as bases de uma coalizão internacional contra as drogas sintéticas.

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A expectativa é que a nova chanceler mexicana, Alicia Bárcena, esteja presente no encontro, segundo antecipou Todd Robinson, encarregado do escritório antinarcóticos do Departamento de Estado, em teleconferência com jornalistas.

Apesar de o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, ter negado que o fentanil seja fabricado em seu país, Robinson garantiu que os Estados Unidos e o México “trabalham muito próximos” na luta contra esse opioide.

O funcionário do Departamento de Estado americano lembrou que ambos os governos implementaram a estratégia de segurança do Entendimento do Bicentenário que permitiu “reforçar a localização e apreensão de drogas sintéticas e seus precursores”.

Robinson afirmou ainda que a China foi convidada para a reunião, mas “não há indicação até o momento de que participará”.

No entanto, enfatizou que este é apenas “o começo do processo” e que os Estados Unidos esperam que “todos os países responsáveis ​​estejam envolvidos no próximo ano” na nova coalizão.

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Além disso, explicou que Pequim não tem cooperado com Washington em matéria de narcotráfico nos últimos meses, razão pela qual pediu a outros países que têm contatos com a China que ajudem a fazer o gigante asiático participar da discussão.

“A cooperação internacional é essencial para sermos mais eficazes na hora de interromper as cadeias de fornecimento de drogas sintéticas e proteger a vida dos cidadãos americanos e do resto do mundo”, destacou.

A expectativa é que o encontro conte com a participação de países da África e do Oriente Médio afetados pela expansão da droga conhecida como “captagon”, como Marrocos, Arábia Saudita e Jordânia.

Os Estados Unidos intensificaram seus esforços contra o fentanil este ano, depois de registrar mais de 100 mil mortes de americanos por overdose de drogas no ano passado, um número recorde.

O comércio de fentanil foi uma das questões levantadas por Blinken em sua recente viagem à China, que nega responsabilidade pelas exportações de opioides.

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López Obrador também negou que haja um problema com o fentanil em seu país e acusou os Estados Unidos de não fazer o suficiente para interromper o consumo em seu próprio território.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]