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Movimentação de campanha em Ciudad Juárez. Cidade sofre com atuação de cartéis de narcotráfico | Alejandro Bringas/Reuters
Movimentação de campanha em Ciudad Juárez. Cidade sofre com atuação de cartéis de narcotráfico| Foto: Alejandro Bringas/Reuters

Cidade do México - O México realiza neste domingo eleições para os governos de 12 de seus 31 Estados. Fatores regionais predominam na escolha dos votos, mas o país vota assustado com a crescente presença e a violência do crime organizado, principalmente depois de o candidato favorito ao governo de Tamaulipas, Rodolfo Torre Can­­tú, ter sido assassinado na última segunda-feira.

Em 12 Estados serão eleitos governadores, e em 14 deles ha­­verá eleições para autoridades locais, como prefeitos e vereadores. No total, a disputa deve en­­vol­­ver cerca de 30 milhões de eleitores, para uma população total de 112 milhões de mexicanos.

Ao lado dos problemas econômicos, da dificuldade de conseguir emprego e da grande quantidade de subempregos, os mexicanos sofrem com o crime organizado.

O assassinato do candidato a governador de Tamaulipas pode ter sido mais um capítulo da disputa entre o Cartel do Golfo e seus antigos aliados, Los Zetas. Rodolfo Torre Cantú foi o político mais importante morto no país desde 1994, quando foi as­­sassinado o candidato à Presidência Luis Donaldo Colosio.

"Tamaulipas é o Estado mais ingovernável do país, por causa do controle dos narcotraficantes", afirma Weldon. "Em Chi­­hua­­hua (outro Estado mexicano também fronteiriço com os EUA), o problema é mais local – na ci­­dade de Ciudad Juárez –, mas em Tamaulipas é no Estado to­­do."

Alguns apontam a disputa local como uma prévia das presidenciais de 2012, quando será escolhido o sucessor do presidente Felipe Calderón. No Mé­­xico não há reeleição. "São dinâmicas distintas", adverte Wel­­don. "Qualquer vitória, em qualquer Estado, é boa para qualquer partido. Mas eleições para governo não são um plebiscito sobre Calderón, elas têm a ver com a dinâmica de cada Estado e o partido no poder (local) tem muita força na campanha."

O professor Ángel Gustavo López Montiel, cientista político do Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Mon­­ter­­rey, no norte do país, concorda. "Podemos nos lembrar do caso de 2005 e 2006, quando o PRI ha­­via sido capaz de gerar uma situação similar à atual, com muitos triunfos e a recuperação de postos, mas no fim seu processo de seleção interna e os candidatos de outros partidos se converteram em obstáculos para que o PRI pudesse aproveitar a oportunidade que havia gerado", compara.

Montiel acredita que o cenário agora parece mais favorável ao PRI, que controla nove dos 12 governos em disputa, mas ressalta a necessidade de se saber primeiro os candidatos das principais siglas na disputa de 2012. "Considero que ainda falta muito para a eleição presidencial e que sua lógica é distinta."

Presidenciais

Para Helena Varela Guinot, di­­retora do departamento de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Ibero-americana, na Cidade do México, o PRI tem boas chances de retomar a presidência, apesar da distância das eleições de 2012. Segundo ela, o governador da capital, Enrique Peña Nieto, tem aparecido bem nas pesquisas e o PRI pode se aproveitar da "falta de resultados do PAN" (Partido da Ação Nacional, sigla de Calderón).

Além disso, outro nome que pode estar na disputa é o de An­­drés Manuel López Obrador, do esquerdista Partido da Re­­volu­­ção Democrática (PRD), que em 2006 perdeu por pouco uma contestada disputa com Cal­­de­­rón pela presidência mexicana.

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