O governo de Mianmar (antiga Birmânia) anunciou nesta quinta-feira (30) a concessão de uma anistia a 6.966 presos, entre eles 210 estrangeiros, a pouco mais de três meses da realização das eleições gerais, informa a imprensa local.

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O Ministério de Informação indicou que o perdão foi concedido “pelo bem da estabilidade e da paz duradoura do estado, da reconciliação nacional, por princípios humanitários e para permitir a participação dos mesmos no processo político”, segundo um comunicado recolhido pelo portal “The Irrawaddy”.

A nota não esclarece a identidade dos presos anistiados, entre os quais poderiam estar vários presos políticos e oficiais da última junta militar detidos em 2004, segundo o jornal “Mianmar Times”.

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Segundo a agência chinesa “Xinhua”, entre os libertados há 155 chineses condenados neste mês à prisão perpétua por poda ilegal de árvores no norte do país, o que motivou um irado protesto de Pequim.

O diretor da Associação de Assistência aos Presos Políticos de Mianmar (AAPP) indicou ao “The Irrawaddy” que “entre 40 e 50 presos políticos que cumprem penas curtas de entre 1 e 2 anos devem estar na lista”.

Por outro lado, entre os anistiados não estão nove jornalistas e diretores dos jornais “The Unity Journal” e “Bi Mon Te Nay Journal”, presos desde o ano passado acusados de sedição, segundo informaram as famílias ao “Mianmar Times”.

Milhares de presos foram libertados em anteriores anistias concedidas pelo presidente Thein Sein desde que este iniciou em 2011 um processo de reformas democráticas após quase meio século de regimes militares.

O governo birmanês garantiu ter libertado todos os presos políticos no final de 2013, mas segundo várias organizações de defesa dos direitos humanos, as detenções de opositores aumentaram de novo no ano seguinte.

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A AAPP denunciou no final de junho que pelo menos 169 pessoas seguiam na prisão por razões políticas.

O ex-general Thein Sein lidera um governo civil formado após as eleições gerais de 2010, as primeiras no país em 20 anos, e a dissolução da última junta militar que lhe passou o poder.

Mianmar voltará a realizar eleições para escolher os novos Parlamentos nacional e regionais em 8 de novembro.