O presidente de facto de Honduras, Roberto Micheletti, retomou o poder nesta quarta-feira, após uma semana afastado, enquanto o Congresso se prepara para votar sobre a restituição do mandatário deposto, Manuel Zelaya.
Micheletti se afastou do poder para permitir que o país se concentrasse no controvertido processo eleitoral de domingo passado, não reconhecido pela maioria dos países latino-americanos, mas elogiado pelos Estados Unidos.
"O povo hondurenho disse ao mundo inteiro que quer viver em paz e na democracia, viver com um governo democrático no qual ninguém se crê superior às leis", disse Micheletti ao canal 10. Ele assumiu o governo de Honduras horas depois de Zelaya ser deposto em 28 de junho.
Micheletti saudou o vencedor das eleições, Porfírio Lobo, do Partido Nacional (de oposição), que disse que é competência do Congresso decidir se Zelaya regressa ao poder, tal como foi estabelecido em um acordo entre o mandatário deposto e o governo de facto em outubro.
A princípio não parecia possível uma resolução positiva do legislativo, dado que os partidos majoritários -- o Nacional, de Lobo, e o Liberal, ao qual pertencem Zelaya e Micheletti -- respaldaram o golpe de Estado e sua destituição.
Zelaya disse que já não quer mais ser restituído porque fazê-lo agora seria avalizar o golpe de Estado, embora na terça-feira um de seus principais assessores, Carlos Reina, tenha abandonado a embaixada do Brasil, onde permanecia refugiado com o mandatário desde setembro, para reorganizar as manifestações por sua volta ao poder.
Estados Unidos, assim como México e Espanha, disseram que as eleições foram limpas, mas que é necessário o restabelecimento da ordem constitucional, rompida desde que Zelaya foi expulso do país por militares no dia do golpe.
A maioria dos países latino-americanos, com Brasil e Venezuela à frente, diz que não reconhecerá Lobo, cuja posse está prevista para 27 de janeiro, porque isso seria avalizar o governo golpista.
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