Mais de 200 militantes islâmicos do Sudeste Asiático foram enviados em missões suicidas contra alvos israelenses e países que apóiam o Estado judaico, disse nesta sexta-feira Suaib Didu, diretor do Movimento Jovem Muçulmano da ASEAN, grupo que tem sede em Jacarta.

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Os combatentes foram treinados para realizar atentados suicidas para se vingar contra os ataques israelenses aos territórios palestinos e ao Líbano, afirmou Didu.

- Limitaremos nossos alvos aos interesses vitais de Israel e aos que apóiam a agressão de Israel na Palestina e no Líbano. Não conduziremos ataques indiscriminadamente - disse Didu à Reuters.

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Grupos militantes radicais na Indonésia já anunciaram no passado o envio de voluntários para atuar em conflitos no exterior. Muitas vezes, o discurso se provou exagerado.

Din Syamsuddin, secretário-geral do grupo moderado Muhammadiyah, a segunda maior organização islâmica da Indonésia, disse na quinta-feira que as ameaças dos grupos radicais de mandar voluntários para combater Israel eram apenas "gestos simbólicos".

- Há muitos obstáculos para essas pessoas viajarem para lá. É muito caro e eles não são páreo para o Exército israelense - disse Syamsuddin.

Didu, porém, disse que mais de 3 mil pessoas haviam se voluntariado, mas que apenas 217 pessoas de Indonésia, Filipinas, Malásia e Cingapura foram mandadas ao exterior até agora.

Uma "demonstração de força" dos 3 mil voluntários será feita no sábado em Pontianak, na província de Kalimantan Oeste, na ilha de Borneo. Segundo Didu, há no grupo muitos veteranos do combate contra a União Soviética durante a ocupação do Afeganistão.

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Didu disse que os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, assim como empresas desses países, poderiam ser atacados a menos que deixem de apoiar Israel. Ele afirmou ainda que o grupo está acompanhando a posição da Austrália sobre o conflito no Oriente Médio.

- Se (o premier australiano) John Howard fizer declarações em apoio a Israel, ele será um alvo - declarou.

O vice-presidente indonésio, Jusuf Kalla, disse que o governo não estava ciente do tema.

- Mas como podemos impedi-los de falar? - indagou.

O Ministério das Relações Exteriores indonésio disse que não aconselharia os voluntários a ir ao Oriente Médio enfrentar Israel, mas que também não têm meios de impedir que os cidadãos viagem para fora do país.

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