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Depois de retomar o controle de vilarejo em Tikrit, soldado iraquiano mostra insígnias usadas por militantes do Estado Islâmico; Imagem retirada do vídeo divulgado pelos terroristas mostra o jornalista americano Stephen Sotloff, o segundo decapitado | Reuters; Estado Islâmico/Reuters
Depois de retomar o controle de vilarejo em Tikrit, soldado iraquiano mostra insígnias usadas por militantes do Estado Islâmico; Imagem retirada do vídeo divulgado pelos terroristas mostra o jornalista americano Stephen Sotloff, o segundo decapitado| Foto: Reuters; Estado Islâmico/Reuters

Resposta

Governo iraniano muda política para confrontar o grupo Estado Islâmico

Reuters

À medida que aumentavam as pressões para Nouri al-Maliki entregar o cargo de primeiro-ministro do Iraque no mês passado, o Irã, que o apoiava, manteve um silêncio oficial surpreendente enquanto autoridades do primeiro escalão trabalhavam para a saída do premiê.

De maneira semelhante, quando os EUA, via de regra classificados pelas autoridades iranianas como o "Grande Satã", começaram a bombardear partes do território iraquiano em agosto, Teerã não emitiu uma palavra.

Essa mudança acentuada na abordagem iraniana do Iraque é uma reação às conquistas do Estado Islâmico, grupo militante que ocupou porções do Iraque e da Síria e chegou perigosamente perto da fronteira com o Irã.

Os combatentes do Estado Islâmico vêm cometendo atos de brutalidade, como decapitações e execuções em massa, muitas vezes visando xiitas, que consideram hereges.

A maioria dos iranianos são muçulmanos xiitas. Como resultado desta ameaça, o Irã teve de adotar uma postura mais flexível na política em relação ao Iraque, o que levou a uma série de mudanças dramáticas, dizem especialistas.

As autoridades de Teerã não só retiraram o apoio a Maliki e fizeram vista grossa aos repetidos ataques aéreos dos EUA no país vizinho, mas também procuraram a arquirrival Arábia Saudita e participaram de conversas sobre a situação de segurança iraquiana.

Um vídeo divulgado ontem por um grupo de inteligência mostra a suposta decapitação de outro jornalista americano sequestrado pelo Estado Islâmico (EI), chamado Stephen Sotloff, além de uma ameaça de morte ao refém David Cawthorne Haines, um executivo britânico.

A Casa Branca ainda não confirmou a autenticidade do vídeo, divulgado pelo grupo Site Intelligence. A gravação foi intitulada "Uma segunda mensagem aos Estados Unidos" e é muito similar ao divulgado pelo EI no final de agosto.

O primeiro mostrava a decapitação do jornalista americano James Foley e também ameaçava Sotloff de morte se o presidente dos EUA, Barack Obama, continuasse com a campanha de ataques seletivos nas áreas dominadas pelos militantes, no Iraque.

No vídeo divulgado ontem, as imagens mostram um homem que parece ser Sotloff vestido com uma roupa laranja e ajoelhado ao lado de um integrante encapuzado do EI, que afirma ser o mesmo indivíduo responsável pela decapitação de Foley.

Antes de ser assassinado pelo jihadista, Sotloff se dirige a Obama para dizer que está "pagando" com sua vida pela "interferência" americana no Iraque. "Por acaso não sou um cidadão americano? Você gastou bilhões de dólares dos impostos americanos, e perdemos milhares de nossas tropas lutando contra o Estado Islâmico, portanto onde está o interesse do povo quando voltamos a insuflar essa guerra?", disse Sotloff.

O homem encapuzado diz depois, se dirigindo a Obama, que "voltou" por causa da política "arrogante" do líder americano contra o EI e dos ataques para defender a represa de Mossul no Iraque. Acredita-se que Sotloff, de 31 anos e nascido em Miami, foi capturado em agosto de 2013 perto da fronteira entre Síria e Turquia. Ao longo da carreira, ele trabalhou como jornalista autônomo para meios como Time, World Affairs e Christian Science Monitor na Líbia, no Iêmen e na Síria.

Depois da divulgação do vídeo, o Pentágono garantiu que continuará com os bombardeios contra o EI no Iraque pelo tempo que considerar necessário para expulsar a milícia extremista de posições estratégicas e impedir violações dos direitos humanos.

"Devastado"

Washington declarou ontem que o governo americano está "devastado" pelo vídeo que mostra a suposta decapitação do jornalista americano Steven Sotloff pelo Estado Islâmico (EI), embora ainda não tenha sido comprovada a autenticidade das imagens. Agora, a inteligência verifica se a gravação é ou não confiável.

Biografia

Nascido em Miami, Steven Sotloff passou pelas revoltas no Egito, na Síria e na Líbia em três anos de experiência como repórter no Oriente Médio. Em 2012, esteve em Benghazi para visitar o consulado americano, alvo de ataque terrorista. O trabalho foi publicado pela revista Time. Também trabalhou no Egito, na Turquia e na Síria.

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