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Conheça os envolvidos no escândalo francês |
Conheça os envolvidos no escândalo francês| Foto:

A imprensa francesa publicou ontem uma nova polêmica en­­volvendo o ministro do Trabalho, Eric Woerth, um dos principais personagens do escândalo de fraude fiscal e doações ilegais da herdeira da L’Oreal à campanha presidencial de Nicolas Sarkozy. Woerth teria vendido um hipódro­­mo a um conhecido por um preço muito inferior ao de mercado.

A revista Le Canard Enchaîné assegura que, seis dias antes de deixar de ser ministro do Orça­­mento, Woerth vendeu uma cota do Bosque de Compiègne, no nor­­te de Paris, com seu hipódromo e seu campo de golfe a uma associação amiga, que até então alugava essa parcela.

A Société des Courses de Com­­piègne comprou a cota por 2,5 mi­­lhões de euros, muito abaixo dos 20 milhões de euros de seu valor de mercado.

O presidente dessa sociedade, Antoine Gilibert, é um habitué do hipódromo e conhecido do mi­­nistro, segundo a revista, o que teria facilidade a boa compra.

Questionado, o Ministério do Orçamento desmentiu as acusações e disse que "a cessão do hipódromo de Compiègne aconteceu de forma absolutamente legal, no interesse do Estado".

O ministro está no centro de um escândalo que afundou a taxa de aprovação de Sarkozy e envergonhou o governo de centro-direita, que já enfrentou um momento difícil nas urnas municipais.

Woerth teria recebido 150 mil euros em dinheiro de Patrice de Maistre, principal conselheiro financeiro da herdeira da L’Oreal, Liliane Bettencourt, para a campanha de Sarkozy, em 2007. Na época, Woerth já ocupava o cargo de tesoureiro do partido governista União do Movimento Po­­pular (UMP).

Segundo a ex-contadora de Bettencourt, Claire Thiboult, Maistre lhe pediu ainda para retirar 50 mil euros em um caixa automático para dar a Woerth.

O financiamento é ilegal se­­gundo a legislação francesa, que limita a 4.600 euros as doações a candidatos por pessoas físicas e determina que o repasse de verbas somente pode ser feito em espécie quando inferior a 150 euros.

O ministro está envolvido tam­­bém nos escândalos de eva são fiscal da fortuna de Bettencourt. Gravações feitas ilegalmente por um mordomo revelam conversas entre a herdeira e seus conselheiros financeiros, nas quais aparece o nome da mulher de Woerth, Florence, em conversa sobre operações financeiras para a herdeira da L’Oreal sonegar impostos.

Os interlocutores dão a entender que o próprio Woerth, então ministro de Orçamento, estaria consciente das operações.

Ontem o ministro anunciou que renunciará ao cargo de te­­soureiro da UMP, em um esforço para tentar conter os danos do escândalo. Woerth se limitou a dizer que abandonará o posto no partido, mas não deu uma data.

Na véspera, o presidente Sar­­kozy reafirmou seu apoio a Woerth, e negou com veemência ter recebido ele próprio dinheiro da mulher mais rica da França.

"Eric Woerth é um homem profundamente honesto que vem sofrendo calúnia e mentira há três semanas", declarou no canal France 2, durante a primeira intervenção pública sobre o assunto que vem desestabilizando seu governo.

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