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Puerto Iguazú – Os argentinos da província de Misiones disseram não à tentativa do governador Carlos Rovira de pleitear um terceiro mandato. No domingo, os eleitores do estado escolheram representantes da sociedade civil para votar, em breve, um artigo constitucional que pode dar ao governador o direito de concorrer à reeleição quantas vezes quiser. A maioria eleita é contra a proposta.

A eleição para reformar a Constituição foi realizada apenas no estado de Misiones, vizinho ao Paraná. O estado é comandado pelo governador kirchnerista Carlos Rovira, cujo segundo mandato termina em 2007.

Fator Kirchner

Na Argentina cada estado tem uma Constituição e a maioria permite a reeleição apenas uma vez, como no Brasil. A mesma regra vale para a Presidência. A reeleição ilimitada dos governadores vigora em 4 dos 23 estados argentinos, incluindo Santa Cruz, onde o presidente do país, Néstor Kirchner, governou por três mandatos.

Kirchner teve participação ativa no pleito ao apoiar o governador e enviar ajuda financeira para a campanha.

O vereador de Puerto Iguazú, fronteira com Foz do Iguaçu, que fez campanha contra a reeleição, Horácio Spallanzini, da União Cívica Radical, diz que a derrota dos convencionais que apoiavam a medida tem um significado político importante para a Argentina. Segundo ele, a reprovação da idéia de permitir mais uma reeleição a Rovira dificulta as intenções de Kirchner em tentar mudar a Constituição da Argentina para também conseguir aprovar a reeleição sem limite. "O governador que se mantém no governo por muito tempo se torna autoritário", diz. Kirchner está no primeiro mandato e tudo indica que se candidatará à reeleição.

O bispo Joaquin Piña, de Puerto Iguazú, encabeçou a lista dos que se opõem à medida. Dessa lista foram eleitos 20 convencionais. Entre os pró-reeleição sem limites foram 15. A proporcionalidade dos eleitos varia de acordo com os votos computados a favor ou contra. Os eleitores do "não" somaram 57% dos votos contra 43% do "sim". Foram às urnas 653.846 eleitores em todo estado.

Piña diz que a intenção de Rovira era se perpertuar no poder, por isso, convocou a reforma da Constituição, fato que provocou a reação de partidos políticos, sindicatos, igrejas e organizações sociais. "Um governo que se prolonga demais sempre se converte em uma ditadura", diz o bispo.

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