Apoiadores do primeiro-ministro indiano Narendra Modi celebram o resultado das eleições, em Mumbai ,em 23 de maio de 2019| Foto: PUNIT PARANJPE/AFP

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, conquistou a reeleição e sairá da disputa com mais força política, o que lhe dará margem para buscar uma agenda ambiciosa internamente e no exterior.

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Com quase todos os votos computados, estimativas de televisões locais e a contagem oficial do governo mostram, nesta quinta-feira (23), que o partido governista BJP e seus aliados devem ficar com mais de 340 cadeiras, o suficiente para ter maioria na Câmara dos Deputados, que tem 543 vagas. O Partido do Congresso, o principal da oposição, deve levar menos de 100 cadeiras.

O mercado de ações indiano reagiu bem à notícia e rupia se fortaleceu 0,2%, chegando a 69,5175 por dólar.

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A eleição na Índia, a economia que mais cresce no mundo, foi a maior na história da democracia, com quase 600 milhões de eleitores, e considerada um referendo sobre Modi e suas políticas. O resultado foi visto como um voto de confiança no premiê e em seu partido, o Bharatiya Janata (BJP, na sigla em inglês). Muitos acreditam que agora Modi usará esse momento para fazer mudanças econômicas duras, como relaxar regras de contratação e demissão de empregados. Outros ainda temem que Modi concentrará mais poder.

Segundo Sandeep Shastri, cientista político e vice-reitor da Universidade Jain, em Bangalore, com Modi de volta ao poder, ele provavelmente passará os próximos cinco anos focando nas promessas que fez em 2014, que visavam as aspirações da classe média e da comunidade empresarial.

"Eles continuarão a ter uma postura a favor dos pobres, que eles tiveram nos últimos cinco anos, mas acho que eles vão expandir sua bolsa de políticas para se concentrar muito mais na classe média, na classe média alta e na classe executiva", disse Shastri.

A eleição ocorreu em meio a crescentes preocupações com o desemprego, protestos de agricultores pobres e na sequência de um bombardeio suicida e confronto militar com o Paquistão, que obscureceram o clima nacional. As campanhas rapidamente ficaram intensas, com Modi chamando de corrupto um ex-primeiro-ministro assassinado e apoiadores de partidos rivais se enfrentando violentamente no leste da Índia.