A notícia de que o petróleo parou de jorrar no poço danificado da BP no Golfo do México espalhou na quinta-feira uma onda de alívio entre moradores da costa sul dos Estados Unidos, mas não eliminou as preocupações com as consequências de longo prazo do acidente.

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"Vou lhe dizer, estávamos precisando disso", afirmou Jimmy Thibodaux, morador da pequena localidade de Cut Off, no Estado da Louisiana.

A BP instalou uma nova tampa no poço e na quinta-feira cerrou suas válvulas, como parte de um teste para avaliar se a estrutura do poço resistiria à pressão resultante. Foi a primeira vez desde o acidente de 20 de abril que o petróleo deixou de jorrar no mar.

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"Essa é certamente uma notícia benvinda. Estamos todos respirando aliviados agora. Mas ainda enfrentamos milhões de galões (litros) de óleo espreitando no Golfo e rumando para a nossa costa", disse Connie Moran, prefeita de Ocean Springs, Mississippi.

"A BP não deveria desistir ou desacelerar seus esforços de limpeza das nossas ilhas, costas e manguezais. Os efeitos de longo prazo ainda estão por serem vistos", disse Moran.

Donna Stewart, de Moss Point, Louisiana, não estava pondo muita fé na solução anunciada, que pode afinal ser temporária.

A BP ainda está testando a nova vedação, mas possivelmente a solução definitiva do vazamento só acontecerá quando for concluída a escavação de dois poços auxiliares a partir dos quais será possível "sufocar" o poço danificado.

"Já faz meses que vemos o bom seguido do ruim. Só espero que este seja o começo de um bom permanente", disse Stewart.

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Para o pescador Bill Squigley, de Biloxi, Mississippi, qualquer otimismo é prematuro, já que várias notícias animadoras foram anunciadas anteriormente, e sempre acabaram frustradas.

"Não vamos parar de assistir e ler as notícias sobre essa possível vedação do petróleo até que saibamos com certeza que é permanente. Quem vai dizer que isso não segura só um mês e explode outra vez?"

A mesma desconfiança era compartilhada por Stan Wilbur, líder comunitário de Ocean Springs, Mississippi.

"Será que a tampa segura? Será que vai explodir outra vez amanhã? A BP diz que iria levar 48 horas, mas está tampado agora. No que podemos confiar mesmo?", disse Wilbur.

Os moradores da costa norte-americana do Golfo do México são os mais afetados por este vazamento, o pior na história dos EUA, que provoca graves prejuízos ambientais e econômicos, especialmente aos setores da pesca e turismo.

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