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La Paz – O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou ontem que recorrerá ao Exército para evitar que brasileiros possuam de forma ilegal terras no leste boliviano, principalmente no departamento amazônico de Pando.

"Vamos mandar o Exército para defender as terras do leste boliviano dos brasileiros", disse Morales. O governante fez a advertência em um discurso a milhares de camponeses em um estádio de futebol da localidade de Punata, no departamento central de Cochabamba, onde explicou a "revolução" agrária que levará a cabo.

As autoridades de La Paz denunciaram nas últimas semanas que cidadãos do Brasil estão adquirindo terras de forma ilegal em áreas do território boliviano próximas à fronteira entre ambas as nações. "Esta terra da Bolívia têm dono. Antes, com certeza, era terra de ninguém", como quando a empresa siderúrgica brasileira EBX operava na localidade oriental de Puerto Suárez, "supostamente para construir uma indústria, (mas) sem respeitar as leis bolivianas", acrescentou.

Em abril passado, a EBX foi obrigada por Morales a abandonar o país com o argumento de que violou a Constituição ao se instalar a menos de 50 quilômetros da fronteira com o Brasil e ao construir fornos de fundição sem licença ambiental.

Morales também pediu às autoridades departamentais e municipais que façam o território ser respeitado, para que não ocorra como "antes, quando entrava qualquer brasileiro ou peruano" no povoado de Bolpebra, na tríplice fronteira.

"Vamos assegurar a soberania de nossa terra", manifestou o governante, ao ratificar sua intenção de redistribuir os latifúndios ociosos entre os camponeses pobres do país. O plano de reforma agrária ainda está em discussão, mas inclusive os brasileiros que dizem ter documentação das terras – concentrados na região de Santa Cruz – temem expropriações.

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