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Erionaldo Da Silva, Alessandro Pereira e Vivian Figueiredo, parentes de Jean Charles, acompanham audiência em Estrasburgo, na França. | Vincent Kessler / Reuters
Erionaldo Da Silva, Alessandro Pereira e Vivian Figueiredo, parentes de Jean Charles, acompanham audiência em Estrasburgo, na França.| Foto: Vincent Kessler / Reuters

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos iniciou ontem as audiências sobre a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes pela polícia britânica em Londres, logo após os atentados terroristas de 2005 na cidade. Ele tinha 27 anos e foi morto com sete tiros na cabeça.

Familiares querem que policiais sejam julgados pelo crime

“Por 10 anos a família vem lutando por justiça para Jean, porque acreditamos que os policiais têm que ser julgados pela morte dele”, disse Patrícia Armani da Silva, prima de Jean Charles.

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No primeiro dia de audiências, a defensora pública britânica Clare Montgomery disse que a ação da polícia poderia ter sido evitada e reconheceu “falhas operacionais graves”, mas reafirmou a posição oficial de que a morte de Jean Charles não equivale a um assassinato.

“Um homem inocente foi morto a tiros pela polícia quando ia trabalhar em Londres. Sua morte foi o resultado de uma série de graves falhas operacionais da Polícia Metropolitana”, afirmou a defensora durante a audência. “Não há dúvida de que sua morte poderia e deveria ter sido evitada”.

Jean Charles foi morto quando embarcou no metrô no sul de Londres. Os policiais o confundiram com um dos quatro homens que tentaram realizar um atentado no sistema de transporte público da cidade no dia anterior. O ataque foi frustrado pela polícia e ocorreria duas semanas após quatro jovens muçulmanos britânicos terem matado 52 pessoas e cometido suicídio em uma série de atentados em três trens do metrô de Londres e um ônibus. Foi o pior ataque na Grã-Bretanha em época de paz.

Homenagem a Jean Charles em Londres, dias depois do assassinato: brasileiro foi confundido com terrorista por policiais britânicos.Alessia Pierdomenico /AMP/RT/KS

A polícia alegou que estava sob extrema pressão, à procura de quatro homens-bomba, e que os agentes que atiraram no brasileiro temiam pela própria vida e a de passageiros do metrô.

Sem punição

Em 2007, a Polícia Metropolitana foi considerada culpada pela justiça, como organização, por violar leis de saúde e segurança e multada em 175 mil libras (US$ 270 mil). Mas, apesar dos repetidos pedidos da família para que os policiais envolvidos ou seus superiores fossem punidos, os promotores disseram que não havia provas suficientes para tomar medidas contra quaisquer indivíduos.

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