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Bagdá (AFP) – Um advogado que participava do julgamento do presidente deposto Saddam Hussein foi morto e outro foi ferido ontem, em Bagdá, em um ataque seletivo semelhante ao praticado há menos de três semanas contra outro profissional que atua nesse processo político. O ataque pode reacender a polêmica sobre a proteção dos advogados no julgamento, que deve recomeçar em 28 de novembro no Tribunal Especial Iraquiano (TEI), depois de sua abertura, no dia 19 de outubro. Homens armados atiraram em Tamer Hammud Hadi e em seu colega Adel Mohammad Abbas no bairro Al-Adl, ao oeste de Bagdá, informou o Ministério do Interior. Abbas morreu na hora e Hadi foi gravemente ferido.

Abbas era um dos advogados de Taha Yassin Ramadan. Já Hadi trabalha na defesa de Barzan Al-Tikriti. Os dois são acusados, assim como Saddam Hussein, deterem planejado, há 23 anos, o massacre de quase 150 xiitas em Dujail, ao norte de Bagdá. Ramadan era o vice-presidente no governo de Saddam, enquanto que Al-Tikriti é o meio-irmão do ex-ditador iraquiano.

No dia 20 de outubro, Saadun Janabi, advogado de um dos sete acusados no processo de Dujail, foi assassinado por seus captores pouco após seu seqüestro em Bagdá, no dia seguinte à abertura do julgamento. Janabi era o advogado de Awad Ahmad al-Bandar, um ex-juiz do tribunal revolucionário e adjunto do chefe de gabinete do presidente deposto. A banca de defesa, principalmente o advogado de Saddam Hussein, Khalil al-Dulaimi, anunciou em 26 de outubro em Amã a suspensão de qualquer contato com o TEI, alegando razões de segurança. Em conseqüência, os advogados pedem que o julgamento seja transferido para fora do Iraque, uma idéia que o governo, que garante ter a capacidade de protegê-los, rejeita categoricamente.

A violência que já se tornou rotina no Iraque fez ainda outras vítimas. O oficial da inteligência da polícia de Abu Khassib, o coronel Mahmud Chaker, e um de seus irmãos morreram na explosão de uma bomba artesanal na passagem de seu carro por Basra, 550 quilômetros ao sul da capital. No âmbito diplomático, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, em visita no Cairo, expressou seu apoio a iniciativa da Liga Árabe de organizar uma conferência de reconciliação nacional no Iraque.

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