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O presidente Medvedev (esquerda) com Chávez: laços estreitos | Ria Novosti/AFP
O presidente Medvedev (esquerda) com Chávez: laços estreitos| Foto: Ria Novosti/AFP

Moscou - O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, disse ontem ao receber em Moscou o venezuelano Hugo Chávez que fornecerá tanques à Venezuela se o aliado assim desejar e deu garantias de fornecimento de armas, estreitando ainda mais laços bilaterais.

Em troca, Chávez reconheceu a independência dos territórios separatistas da Geórgia que estiveram na origem da guerra-relâmpago travada entre Moscou e Tbilisi em 2008.

Os novos compromissos assumidos consolidam a aliança entre Caracas e Moscou no momento em que o principal rival da Vene­­zuela, a Colômbia, negocia os termos finais do novo pacto militar com os EUA – no episódio que desatou a mais recente crise regional e bilateral.

Não foram dados detalhes so­­bre o acordo assinado entre Chá­­vez e Medvedev. Mas, segundo um oficial russo ouvido pela agên­­cia local RIA Novosti, foi acertada a compra pelo venezuelano de cem tanques russos por até US$ 500 milhões.

"Forneceremos à Venezuela as armas que a Venezuela desejar. Por que não tanques? Sem dúvida, temos bons tanques. E se nossos amigos quiserem tanques, nós os forneceremos’’, disse Medvedev.

Desde que a Venezuela elegeu a Rússia como aliada para contrapor a presença americana na vizinha Colômbia – atualmente alvo de polêmica regional por um acordo que permitirá o uso de bases militares colombianas por tropas americanas –, estima-se que tenham sido gastos cerca de US$ 4,4 bilhões na compra de 24 caças Sukhoi, helicópteros militares e 100 mil f uzis.

O venezuelano, porém, disse que as compras não significam uma "corrida armamentista’’. "Dizem que a Venezuela tem um plano expansionista e que a Rús­­sia apoia esse plano nos vendendo armas. Nós só estamos in­­cre­­men­­tando nossa capacidade defensiva, não é nenhuma corrida armamentista, são planos estratégicos que respondem a um cerco que tentaram nos impor dos EUA, in­­clusive descumprindo contratos assinados anos atrás, para nos deixar desarmados’’, afirmou.

Na visita, a oitava de Chávez à Rússia, foi reiterada a intenção da criação de um banco binacional com capital de US$ 4 bilhões para financiar projetos conjuntos. E na área energética foi anunciado acordo para investimentos de US$ 30 bilhões para exploração de petróleo em um bloco na faixa do Orinoco.

O "megaprojeto’’, que deverá envolver a estatal venezuelana PDVSA e um consórcio russo, "tem importância difícil de se superestimar’’, disse Chávez.

A aliança entre Caracas e Mos­­cou preocupa não apenas Bogotá, mas também Washington, que observa a ex-rival da Guerra Fria ganhar terreno na sua antiga esfera de influência.Ossétia do Sul e Abkházia

No front diplomático, o venezuelano agradou o aliado reconhecendo a independência das regiões separatistas georgianas, pivôs da guerra entre Rússia e Geórgia no ano passado.

A Venezuela é o segundo país a seguir o aliado – o primeiro fora a bolivariana Nicarágua.

"Obrigado, Hugo, você tem dado uma série de declarações sérias e importantes’’, afirmou Medvedev.

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