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O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) defendeu nesta segunda-feira o acordo assinado com o governo da Venezuela que causou mal-estar no Brasil e gerou queixas da oposição do país caribenho.

Em comunicado, o MST ressaltou a legitimidade do acordo, assinado com o ministro de Comunas e Movimentos Sociais venezuelano, Elías Jaua, durante uma visita realizada por este ao Brasil no mês passado sem aviso prévio ao governo brasileiro.

Além disso, o movimento criticou os "setores conservadores" de ambos países que "não admitem qualquer participação popular" como este acordo de colaboração, que prevê intercâmbios de camponeses de ambos países na área de cooperativismo agrícola.

Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, manifestou seu mal-estar ao governo da Venezuela pela viagem sem aviso de Jaua e pela assinatura dos acordos que poderiam constituir uma "ingerência em assuntos internos".

O MST publicou hoje o conteúdo integral do acordo, que terá uma vigência de dois anos, renovável por outros dois de forma automática, se alguma das partes não revogá-lo seis meses antes de sua data final.

Segundo o acordo, será criada uma comissão técnica com três membros do governo venezuelano e outros três do MST para definir os programas, projetos e atividades que serão desenvolvidos.

Entre os projetos previstos no acordo, se inclui a organização de "empresas de propriedade social direta e indireta" na Venezuela, assim como a colaboração em atividades de cooperação entre camponeses em ambos países.

A visita de Jaua ao Brasil também ficou marcada pela detenção em São Paulo da babá dos filhos do ministro venezuelano, Yaneth del Carmen Anza, com uma mala na qual estava escondida uma pistola, motivo pelo qual foi acusada por tráfico internacional de armas.

Em sua defesa, a babá alegou que Jaua lhe indicou que devia retirar uma arma que estava guardada na mala que pediu que levasse ao Brasil, mas explicou que estava em um compartimento que não chegou a revistar e, por isso, a levou até São Paulo sem saber.

Tanto a oposição brasileira como a venezuelana exigiram explicações a seus respectivos governos para saber das atividades de Jaua no Brasil.

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