Mugabe (esq.) e Tsvangirai (dir.) assinam acordo que sela três meses de negociações frustradas| Foto: Philimon Bulawayo / Reuters

O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, e os líderes de oposição a seu governo assinaram nesta segunda-feira (15) um acordo de partilha de poder com o objetivo de solucionar a crise política que tomou conta do país africano nos últimos meses.

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Mediador do acordo, o presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, informou que Mugabe continuará sendo o presidente do Zimbábue e o que o dirigente de oposição Morgan Tsvangirai será o primeiro-ministro. O posto de vice-primeiro-ministro, prosseguiu Mbeki, caberá a Arthur Mutambara, líder de um outro partido de oposição a Mugabe.

O acordo assinado nesta segunda é o desfecho de três meses de negociações mediadas por Mbeki, sob os auspícios da Comunidade para o Desenvolvimento do Sul da África. Mugabe fechou o acordo em meio ao caos cada vez maior na economia do Zimbábue.

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Os líderes do grupo regional composto por 14 países, assim como representantes da União Africana (UA), estavam presentes à cerimônia de formalização do acordo.

Enquanto Mugabe e Tsvangirai assinavam o acordo, milhares de partidários do governo e da oposição se enfrentavam a pedradas fora do centro de convenções onde estavam os líderes. A polícia teve que intervir e disparou tiros para o alto. A multidão só se acalmou quando os líderes deixaram juntos o local.

Mugabe, Tsavangirai e Mutambara prometeram respeitar o acordo de divisão de poderes. O acordo, no entanto, deverá ficar sob intensa e crescente pressão, à medida que a situação econômica do Zimbábue parece caminhar para o colapso e governo e oposição têm uma longa história de rivalidades.

A União Européia elogiou o acordo mas disse que ainda é cedo para retirar as sanções econômicas contra o regime de Mugabe. Os Estados Unidos mostraram um otimismo cauteloso.

"Esse acordo é bem-vindo", disse Sean McCormack, porta-voz do Departamento de Estado do governo americano.

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Mugabe, de 84 anos, governa o Zimbábue desde 1980, após ter vencido as eleições depois do fim do governo de minoria branca de Ian Smith. A partir de então o país, que se chamava Rodésia, mudou o nome para Zimbábue. As informações são da Associated Press

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