Mugabe (foto) e o líder oposicionista Tsvangirai concordaram em criar um governo de unidade nacional| Foto: Philimon Bulawayo / Reuters

O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, chamou nesta terça-feira George W. Bush de "cavalo agonizante", em resposta à pressão de Washington para que o líder aceite formar um governo de coalizão no sofrido país africano.

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O secretário-assistente de Estado dos EUA Jendayi Frazer disse no domingo que Mugabe renega o acordo com a oposição e está "completamente alienado" depois de ter transformado um país próspero em um "Estado falido".

Mugabe e o líder oposicionista Morgan Tsvangirai concordaram, há mais de três meses, em formar um governo de unidade nacional para resolver a crise provocada pelas suspeitas de fraude na última eleição presidencial. Os EUA apoiaram o acordo, que no entanto foi abandonado devido a disputas pelo controle dos principais ministérios.

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"O governo de coalizão não inclui o sr. Bush e seu governo. Ele nem nos conhece. Não tem relações com a gente, então fique com seus comentários, não-desejados, irrelevantes, bastante estúpidos e tontos," disse Mugabe sobre o presidente dos EUA, que deixa o cargo em 20 de janeiro.

"Percebemos que esses são os últimos coices de um cavalo agonizante. Obviamente não vamos prestar atenção."

O Zimbábue mergulhou ainda mais na crise durante o impasse político. A hiperinflação faz os preços dobrarem a cada dois dias, e a oposição acusa o partido governista de sequestrar seus seguidores, o que o partido nega.

Os EUA e outros governos ocidentais culpam Mugabe pelos problemas e o pressionam a renunciar, embora tenham poucos instrumentos para forçá-lo. As sanções internacionais não conseguiram enfraquecê-lo, e analistas dizem que o Ocidente não se dispõe a uma intervenção militar porque o Zimbábue não é considerado um país estratégico, com riquezas como o petróleo.

Mugabe também continua confiante diante das críticas de vizinhos. A maioria dos líderes africanos, inclusive a poderosa vizinha África do Sul, exerce pressão sobre seu governo, mas sem pedir a renúncia.

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