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Moscou – De nostálgicos da União Soviética em Moscou a operários da confecção no Camboja, passando pelos trabalhadores imigrantes hispânicos nos Estados Unidos, o mundo festejou ontem o tradicional Dia do Trabalho com protestos e reivindicações, às vezes mais políticas que sociais. A China, onde a ditadura do proletariado foi substituída há vários anos por um frenesi consumista, foi a maior exceção.

Na Europa, milhares de pessoas desfilaram na Rússia respondendo à convocação dos sindicatos pró-governamentais. No entanto, nostálgicos do comunismo ergueram bandeiras vermelhas e até retratos de Stalin. Cerca de 25 mil militantes sindicais desfilaram em Moscou para um "Estado social". Em seguida, vários comunistas se congregaram diante do monumento de Lenine na Praça de Outubro e pediram a demissão do presidente russo Vladimir Putin. Na Alemanha, mais de 500 mil pessoas, segundo os sindicatos, participaram das manifestações.

Cerca de 10 mil pessoas também protestaram em Leipzig e em Rostock contra as manifestações neonazistas. Na França, a luta contra a precariedade foi o tema dominante dos 110 desfiles organizados pelos sindicatos, que atraíram entre 50 mil e 100 mil pessoas. Na Espanha, milhares de pessoas desfilaram para expressar seu apoio ao processo de paz no País Basco. Na Itália, ministros do governo de Silvo Berlusconi, que perdeu as últimas eleições legislativas, foram vaiados nos protestos dos quais participaram. Em Viena, cerca de 120 mil pessoas participaram do desfile organizado pelo Partido Socialista. Na República Tcheca, milhares de anticomunistas convocados pela Confederação dos Prisioneiros Políticos (KPV) se reuniram em Praga e conseguiram obrigar o Partido Comunista (KSCM) a deslocar seu tradicional desfile para outro lugar.

Na Turquia, a polícia prendeu mais de 80 pessoas em três cidades. Em Beirute, milhares de pessoas convocadas pelo partido comunista libanês pró-sírio protestaram contra a política econômica do governo. No Irã, milhares de pessoas se manifestaram em Teerã contra os salários atrasados e a precariedade. Em Bagdá, nenhuma manifestação pública foi organizada por temor de atentados. O presidente iraquiano, Jalal Talabani, conclamou os trabalhadores a "construir o novo Iraque". Da mesma forma, o temor de atentados dos rebeldes tâmeis fez com que os desfiles fossem cancelados em Colombo, no Sri Lanka. No Nepal, manifestantes voltaram às ruas de Katmandu após quase três semanas de protestos, desta vez para pedir a abolição das leis sociais impostas pelo impopular rei Gyanendra. Em Phnom Penh, milhares de funcionários do setor da confecção ignoraram a proibição de protestar. O líder sindical Chea Mony foi brevemente detido. Na África do Sul, os sindicatos aproveitaram para pedir o reforço do combate à Aids. Os sindicatos reuniram pessoas em Harare, no Zimbábue, e no Quênia, o presidente MwaiKibaki anunciou diante de uma multidão um aumento de 12% do salário mínimo.

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