
Pelo menos 40 pessoas morreram e 81 ficaram feridas nesta sexta-feira (13) quando uma mulher-bomba promoveu um ataque suicida contra peregrinos xiitas numa área ao sul de Bagdá, informou um oficial da polícia iraquiana.
O alvo do ataque mais mortífero deste ano no Iraque foi uma procissão da qual participavam centenas de pessoas. A maior parte das vítimas do ataque era composta de mulheres e crianças, prosseguiu a fonte.
Nenhum grupo assumiu a autoria da atrocidade, mas ataques a bomba com suicidas contra civis xiitas são uma das marcas da rede terrorista Al-Qaeda. Os militares americanos dizem que a Al-Qaeda está enfraquecida no Iraque mas não foi totalmente derrotada.
Este é o terceiro dia consecutivo de ataques contra a peregrinação à cidade sagrada de Kerbala, cerca de 80 quilômetros ao sul de Bagdá.
A mulher-bomba acionou seus explosivos em uma tenda à margem de uma rota de acesso à cidade sagrada. As mulheres e as crianças descansavam na tenda na hora do ataque.
O ataque ocorreu entre as cidades de Mussayib e Iskandariah, num ponto situado a menos de 20 quilômetros de Kerbala, onde será celebrada a partir da segunda-feira a Ashura, luto anual de 40 dias pela morte do Imã Hussein, neto do profeta Maomé, no século 7º.
Um líder da procissão, Mussa al-Kadhem, disse que estava bebendo xá com outros homens quando reparou que uma "mulher suspeita", toda vestida de negro e com a face coberta, se dirigia à tenda onde as mulheres e as crianças descansavam. "Na hora em que algumas pessoas perguntaram à mulher quem ela era, houve uma enorme explosão", ele disse.
O Dr. Mohammed Abbas, médico do sistema de Saúde da província de Kerbala, e a polícia provincial, confirmaram que 40 pessoas foram mortas e outras 81 ficaram feridas. Abbas confirmou que quase todas as vítimas eram mulheres e crianças.
Imagens da televisão da Associated Press mostram pilhas de roupas, carrinhos de bebês e pequenos tapetes no lugar da explosão. Uma perna de mulher, que acredita-se seja a da agressora, jazia em uma caixa de papelão.
O ataque ocorreu apenas um dia após outra mulher-bomba ter se detonado em Kerbala, onde matou oito pessoas e deixou mais de 50 feridas.
Na quarta-feira, ainda outro ataque contra peregrinos xiitas deixou 12 mortos na estrada de Bagdá e Kerbala.
"Foi uma cena medonha, com os mortos e os feridos gritando", disse Sadiya Kadom, de 40 anos, uma mulher de Bagdá que estava próxima à tenda. Segundo testemunhas, muitos dos feridos ficaram machucados quando a maioria dos peregrinos começou a correr de medo após a explosão e pessoas foram pisoteadas.
Na segunda-feira, os xiitas, que correspondem a aproximadamente 150 milhões dos 1 bilhão de muçulmanos no mundo, começam a comemorar a Ashura, um período de 40 dias de lamentações, autoflagelações e peregrinações pela morte do Imã Hussein, neto do profeta Maomé. As informações são da Associated Press.



