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A primeira-dama e candidata à Presidência argentina, Cristina Fernández, ganhará as próximas eleições sem necessidade de segundo turno, de acordo com diferentes pesquisas divulgadas nesta terça-feira (24) que dão a ela intenções de voto na faixa de 40% a 50%.

Uma pesquisa realizada pela empresa Ipsos-Mora y Araujo dá à esposa do presidente da Argentina, Néstor Kirchner, 45% das intenções de voto, enquanto o ex-ministro da Economia Roberto Lavagna, também candidato, tem apenas 9%.

O diretor-executivo da empresa de consultoria, Santiago Lacase, avaliou que "a oposição não soube capitalizar a crise energética, o caso Skanska (que envolve a construtora sueca no pagamento de subornos a funcionários) e as denúncias (de corrupção) contra o governo".

Um dos pesquisadores assegurou que o "índice eleitoral" de Cristina Fernández de Kirchner para o pleito presidencial de 28 de outubro não deve ser inferior a 50%.

"Em 1995, com um desemprego de 18%, uma sensação de corrupção generalizada e uma imagem positiva de 30%, (o então presidente da Argentina Carlos) Menem levou mais de 50% (e foi reeleito). Hoje o desemprego é de um dígito e a imagem positiva de Cristina supera os 50%", avaliou.

A legislação argentina prevê uma segunda votação, caso o candidato vencedor não consiga 50% mais um dos votos no primeiro turno ou não chegue a 40% com uma diferença de dez pontos percentuais sobre o segundo candidato mais votado.

Economia de resultados

Depois de lançar na quinta-feira passada (19) sua candidatura presidencial, Cristina Fernández de Kirchner está visitando a Espanha e deve se reuniu nesta terça (24) com o presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero.

Cristina Fernández, disse que, se eleita, trabalhará para que seu país tenha uma economia eficaz, na qual sobressaiam os resultados, mas sem esquecer aos cidadãos.

Ela fez a promessa perante um grupo de empresários aos que expôs seus planos econômicos para a Argentina. A mensagem foi clara: a Argentina está crescendo, encontra-se no caminho correto e é um lugar seguro para os investimentos.

"A novidade da mudança é que a Argentina tomou um caminho definitivo e temos que perseverar nesta via de esforço, trabalho e produção", disse Fernández em conferência organizada pelo Fórum Nova Economia e pelo periódico "The Wall Street Journal".

A candidata disse que pretende reforçar na Argentina um "modelo de acumulação econômica e de inclusão social, para lhe dar sustentabilidade".

A economia deverá ser "diversificada", para que a Argentina seja menos vulnerável a futuros altos e baixos dos mercados internacionais.

Peronismo

Cristina reivindicou o legado político do peronismo que, segundo a primeira-dama, "ensinou os argentinos a terem um salário digno, uma casa, férias e direitos para os trabalhadores".

Trata-se, de acordo com a candidata, de dar continuidade à herança da Presidência de seu marido, que chegou à Casa Rosada em 25 maio de 2003, e de aproveitar os bons resultados, promovendo "todos aqueles setores que saibam que é excelente ter rentabilidade e que é necessário investir".

Ela lembrou que a Argentina teve um crescimento médio de 8% nos últimos cinco anos, o desemprego e a indigência estão abaixo dos 10% e a pobreza caiu de 60% para 26%.

Acrescentou que, pela primeira vez na história, o país teve um superávit fiscal primário de US$ 10 bilhões, as exportações estão na casa dos US$ 50 bilhões. O salário mínimo subiu e empregos foram gerados, apontou.

Tudo isto permitiu a transformação de milhões de pessoas em consumidores, pondo em andamento o que Cristina definiu como "o círculo virtuoso (...) do consumo e da produção".

A candidata refutou rótulos ideológicos, e disse que, se o capitalismo emergiu como vencedor da Guerra Fria, "não foi porque os Estados Unidos ou o Primeiro Mundo tivessem maior poderio militar e tecnológico, mas porque os que viviam do outro lado queriam viver como os deste".

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