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Por dois meses, ela foi a obscura e misteriosa mulher andando pelos estados do Alabama, Georgia, Ohio, Kentucky, Tennessee e Virgínia Ocidental. Sempre que ela surgia, os moradores tentavam tirar fotos daquela que foi denominada como a "Mulher de preto", uma mulher vestida em uma longa túnica preta, carregando uma pequena mala preta e, às vezes, também um guarda-chuva preto, se o tempo não estivesse bom. Alguns tentaram falar com ela, outros tentaram oferecer comida, água e dinheiro. Ela sempre recusou.

Até que nesta semana a mulher foi identificada como Elizabeth Poles, 54 anos, que vagou da Vírginia Ocidental até Winchester, o lugar que ela chama de lar e aparentemente onde pretende ficar. A polícia abordou Elizabeth e a levou para um lugar não divulgado, por segurança, informou a NBC Washington. Os policiais a alimentaram e a ajudaram a encontrar abrigo. Agora, eles pedem que as pessoas a deixem em paz.

"Ela apenas disse: 'Eu gostaria que as pessoas cuidassem dos seus próprios negócios'", contou o policial Doug Wilson, à ABC News. Elizabeth Poles contou aos policiais que sua jornada está ligada à questões de fé e religião.

A atmosfera de curiosidade sobre a mulher foi movida por usuários de redes sociais. Uma página no Facebook chamada "Onde está a misteriosa mulher de preto?" tem cerca de 60 mil fãs e a hashtag do Twitter #WomanInBlack é lotada por fotos e postagens especulativos sobre Elizabeth Poles.

Desde quando o grupo do Facebook foi criado, em 18 de julho, as pessoas perseguiram seu caminho, postando fotos e vídeos, comentando sobre como a jornada da mulher os ajudou nos problemas pessoais e serviu de inspiração.

De acordo com membros do grupo, a ideia não era perseguir a mulher, mas encorajar pessoas a oferecerem bebida, comida e o que mais achassem necessário quando a encontrassem. Embora ela não parecesse querer nada além da solidão.

"Ela me disse 'não, por favor, se afaste, isso não é do seu interesse'", disse Jimmy McClellan, um morador da Vírginia Ocidental, que ofereceu uma garrafa de água na quinta-feira (31).

"Minha amiga fez a mesma coisa e ela recusou, xingando-a. Pelo o que eu vi, ela pode ser muito legal, mas também pode ser muito rude. Eu não a culpo, ela quer ser deixada em paz", completou McClellan.

O irmão de Elizabeth, identificado como Raymond Poles, contou à reportagem que ela seria uma veterana do exército dos Estados Unidos, mãe de dois filhos e viúva desde 2008. O pai dela teria morrido no ano seguinte. Aos policiais, Poles disse que ela passou por tratamentos em um hospital para veteranos de guerra, incluindo um na Carolina do Norte, antes de mudar-se para o Alabama, há cinco anos, para ficar próxima da família.

Foi no Alabama que a saga começou, em um domingo, conforme o irmão contou a ABC News. Raymond disse que quando ele e a sua mulher foram buscá-la em uma igreja, ela estava com a cabeça raspada e perguntando "onde eu posso comprar aquelas túnicas pretas?". Foi então que ela começou a viajar de volta para Vírgina, onde foi criada pelo pai.

Elizabeth parou de vagar, por enquanto, e planeja fazer parte da comunidade de Winchester, informou a polícia, que pede que os moradores respeitem o pedido dela de ser deixada em paz.

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