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Elba Esther Gordillo se opunha à reforma educacional do governo | Imelda Medina/Reuters
Elba Esther Gordillo se opunha à reforma educacional do governo| Foto: Imelda Medina/Reuters

Ensino

Presidente promulga reforma educativa sem aval do sindicato

EFE

O presidente do México, Enrique Peña Nieto, promulgou nesta semana uma reforma educativa fundamental que provocou uma longa disputa com o sindicato de professores do país (SNTE).

A reforma, que modifica dois artigos da Constituição mexicana, procura impulsionar a qualidade educativa e recuperar a reitoria do Estado nesta matéria, algo que Peña Nieto considerou essencial para superar os desafios deste setor estratégico. Entre os eixos dareforma, destaca-se a criação do serviço profissional docente com "regras claras" e livre de "critérios discricionais", e a avaliação obrigatória para todos os professores a cargo de um organismo autônomo.

No ato de lançamento, foi notória a ausência da dirigente do SNTE, Elba Esther Gordillo, que foi presa ontem acusada de corrupção e que considera a reforma uma ameaça à estabilidade e à segurança no emprego dos professores. Nos últimos dias, Gordillo lançou duras rejeições ao ministro de Educação, Emilio Chuayffet.

O ministro classificou ontem de "rumores falsos" em torno da reforma que assinalam que a escola deixará de ser gratuita e sacrificará os direitos adquiridos dos professores.

"Nada é mais falso", disse Chuayffet, que convidou todos os atores políticos a perseverar para que a reforma saia do papel.

A mulher considerada a mais poderosa do México foi presa na noite de terça-feira acusada de fraude e peculato, derrubando uma importante oponente do presidente Enrique Peña Nieto. Elba Esther Gordillo é ex-deputada, liderava o principal sindicato de professores do país e mantinha uma posição contra as reformas propostas pelo novo governo. Denúncias afirmam que ela teria usado dinheiro de grupos trabalhistas para fazer plásticas e comprar obras de arte e imóveis.

Em coletiva de imprensa, o procurador-geral mexicano, Jesus Murillo, acrescentou que Gordillo teria desviado US$ 157 milhões em fundos sindicais usando intermediários que moviam a verba para contas na Suíça, no Principado de Liechtenstein, e depois para os Estados Unidos, onde ela teria comprado uma casa na cidade californiana de San Diego.

"Claramente, estamos enfrentando um caso no qual o dinheiro dos trabalhadores da educação foi utilizado ilegalmente para o benefício de várias pessoas, incluindo Elba Esther Gordillo", disse Murillo.

A sindicalista, de 68 anos, era conhecida como "A professora" no México. Ela foi a líder do principal sindicado da classe por mais de duas décadas e membro do Partido Revolucionário Institucional, o PRI, de Peña Nieto, mas foi expulsa.

Gordillo já era alvo de denúncias de corrupção e de uma onda de criticismo por suas roupas caras e luxuoso estilo de vida.

Murillo disse que documentos comprovam que Elba gastou US$ 3 milhões em compras na loja de departamento americana Neiman Marcus, enquanto ela declarou ao Imposto de Renda de ganhou aproximadamente US$ 86 mil (1,1 milhão de pesos) no total de rendimentos entre os anos de 2009 e 2012.

A sindicalista e mais três pessoas foram presas no aeroporto de Toluca. Segundo o Murillo, outros suspeitos também estariam envolvidos no esquema, incluindo a falecida mãe de Elba, que era dona de 99% das companhias utilizadas para as transferências de fundos.

Opositores a Peña Nieto questionam se a prisão da "Professora" teria sido motivada por questões políticas. A ex-deputada era um dos maiores empecilhos às reformas educacionais de Peña Nieto, que quer tirar das famílias e do sindicato o poder total em relação às vagas de professores.

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