Militantes do Estado Islâmico nas ruas da Síria. Grupo controla cidades no país e no Iraque| Foto: CK/yhh/STRINGER

Mulheres capturadas como escravas sexuais pelo grupo Estado Islâmico são vendidas em mercados pelo preço de um maço de cigarros no Iraque e na Síria, denunciou a ONU na segunda-feira (8). A enviada da organização sobre violência sexual, Zainab Bangura, visitou os dois países em abril e, desde então, tem trabalhado em um plano contra as ações do grupo extremista.

CARREGANDO :)

“Sequestram as mulheres quando conquistam as áreas (...), meninas jovens, algumas vendidas por tão pouco quanto o preço de um pacote de cigarros”, afirmou a enviada da ONU.

Publicidade

Segundo Zainab, o rapto de mulheres tornou-se uma estratégia do grupo extremista para atrair combatentes estrangeiros para lutar na Síria e no Iraque. “É assim que eles atraem jovens, dizendo que há mulheres esperando por eles, virgens com as quais eles podem se casar”, afirmou Zainab.

A enviada da ONU contou que mulheres e adolescentes são levadas e trancadas em quartos ou casas, despidas e transportadas como “gado”. Depois, são apresentadas aos clientes, que decidem o quanto elas valem. Na passagem pelos países, a enviada da ONU se reuniu com mulheres capturadas que escaparam de áreas controladas pelo grupo Estado Islâmico e com líderes religiosos e políticos locais.

Veja também
  • Juíz ordena soltura de Pantera Negra preso em solitária há 43 anos
  • Argentina amanhece com greve geral; voos brasileiros foram cancelados

A denúncia da ONU ocorre depois da divulgação de vídeos filmados secretamente, obtidos pela BBC, que mostraram os controles rígidos aplicados a todas as mulheres que vivem em Mossul, a segunda maior cidade iraquiana, dominada pelo Estado Islâmico. Uma testemunha contou que as pessoas que se opõem ao grupo extremista são espancadas e humilhadas.

Nas últimas semanas, o Estado Islâmico realizou uma série de avanços na Síria e no Iraque. O presidente americano Barack Obama reconheceu as perdas militares na Cúpula do G7, na Alemanha, e admitiu que os Estados Unidos ainda não têm uma “estratégia definida” para o treinamento das forças iraquianas contra o grupo terrorista.

Publicidade