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A munição chinesa na guerra comercial contra os Estados Unidos está perto do fim. As tarifas chinesas já atingem US$ 110 bilhões em importações americanas, o equivalente a 85% das vendas para o país. Já os EUA, ainda tem muito espaço para retaliar os asiáticos. Cerca de metade das importações foram taxadas. Ainda restam US$ 250 bilhões para serem taxadas.

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A China prometeu retaliar depois que os EUA disseram que vão impor uma tarifa de 10% sobre US$ 200 bilhões em bens chineses na próxima semana e mais que o dobro da taxa em 2019. A declaração do Ministério do Comércio não mencionou ações específicas, embora o país asiático tenha dito anteriormente que responderia com mais impostos sobre produtos americanos no valor de US$ 60 bilhões. 

Tal movimento arrisca aprofundar ainda mais o impasse entre os dois países, com o presidente Donald Trump tendo afirmado em um comunicado, na segunda-feira, que os EUA buscarão imediatamente tarifas adicionais sobre cerca de US$ 267 bilhões em importações da China se Pequim reagir. 

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"O lado americano insistiu em impor tarifas, o que trouxe novas incertezas às negociações bilaterais", disse o comunicado do Ministério do Comércio. "Esperamos que os Estados Unidos reconheçam as consequências negativas de tais atos e tomem medidas convincentes para corrigi-los de maneira oportuna." 

O Ministério das Relações Exteriores disse em um comunicado separado que anunciaria contramedidas em um momento apropriado sem dar mais detalhes. 

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Em um sinal de como as empresas chinesas estão se preparando para uma disputa prolongada, Jack Ma, presidente executivo do gigante da internet Alibaba, disse que a guerra comercial poderá durar 20 anos. “É fácil lançar uma guerra, mas é difícil parar uma guerra", disse ele no dia anual dos investidores da empresa, em Hangzhou. 

O mercado financeiro global reagiu à mais recente escalada da guerra comercial com relativa calma. As ações chinesas se valorizaram em meio a expectativas de que o governo tome medidas para compensar o efeito negativo das tarifas. 

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Em um painel em reuniões do Fórum Econômico Mundial em Tianjin, Fang Xinghai, vice-presidente da Comissão Reguladora de Valores da China (equivalente à CVM brasileira), disse que o país não será pressionado pelas táticas comerciais de Trump e falou sobre a fortaleza da economia. 

Apesar de ter estimado um impacto negativo no PIB chinês de cerca de 0,7 pontos percentuais se os EUA aplicarem tarifas a todas as exportações chinesas para os EUA, Fang disse estar confiante de que as relações entre os dois países podem se normalizar e disse que espera que ambos os lados possam negociar em igualdade de condições. 

"É bom para a economia dos EUA ter boas relações com a China e ser bom para o resto do mundo", disse ele. "O presidente Trump, como mostrado no caso norte-coreano, é capaz de se reverter muito rapidamente. Acho que temos que levar isso em conta." 

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Ao anunciar as tarifas, o governo norte-americano disse que está dando às empresas americanas uma chance de se adaptarem e buscarem cadeias de fornecedores alternativas, ao retardar um aumento de 25% em 1º de janeiro para o lote de US $ 200 bilhões de produtos chineses, segundo dois altos funcionários do governo. A tarifa de 10% entrará em vigor no dia 24 de setembro. 

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"Por meses, nós pedimos à China que mudasse essas práticas injustas e desse tratamento justo e recíproco às empresas americanas", disse Trump. "Temos sido muito claros sobre o tipo de mudanças que precisam ser feitas e damos à China todas as oportunidades para nos tratar com mais justiça. Mas, até agora, a China não está disposta a mudar suas práticas". 

Relógios inteligentes e dispositivos Bluetooth foram removidos da lista de tarifas, juntamente com capacetes de bicicleta, assentos de carro para crianças, cercadinhos e certos produtos químicos industriais. Eles estavam entre os 300 produtos eliminados da lista preliminar divulgada em julho, de acordo com um dos funcionários. Nenhum item foi adicionado, disseram os oficiais. 

"Estávamos tentando fazer coisas menos intrusivas para o consumidor", disse o secretário de Comércio, Wilbur Ross, à CNBC. "Nós realmente fomos item por item tentando investigar o que alcançaria o propósito punitivo na China e, ainda, com o mínimo de impacto nos EUA". 

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O presidente americano continua aumentando a pressão sobre Pequim para mudar suas práticas comerciais. Líderes empresariais americanos estão alertando que a estratégia de alto risco poderia causar sérios problemas a suas cadeias de suprimentos e elevar os custos. Economistas temem que a estratégia de Trump possa inviabilizar a mais ampla expansão do PIB mundial em anos. 

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A Câmara de Comércio dos EUA, varejistas, grupos agrícolas e alguns membros do partido de Trump se manifestaram contra a alta nas tarifas. "Parece que o governo respondeu a algumas preocupações, mas para muitas empresas e consumidores americanos isto ainda representa uma rápida aceleração dos custos e uma incerteza muito maior", disse Rufus Yerxa, presidente do Conselho Nacional de Comércio Exterior. "As empresas odeiam a incerteza. Elas preferem ter um relacionamento comercial imperfeito do que este caos." 

Com a mais recente escalada tarifária, os consumidores americanos podem começar a sentir o impacto no preço dos produtos. US$ 250 bilhões em importações chinesas, o equivalente a metade dos embarques para os Estados Unidos. O governo americano, em julho e agosto, já impôs tarifas de 25% sobre US$ 50 bilhões em produtos chineses, o que provocou retaliações.