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Murdoch é acusado de não ter tomado medidas para impedir escutas ilegais em suas empresas | Scott Olson/Getty Images/AFP
Murdoch é acusado de não ter tomado medidas para impedir escutas ilegais em suas empresas| Foto: Scott Olson/Getty Images/AFP

Escândalo

Escândalo envolvendo magnata se estende por sete anos

Nov. 2005 – O jornal News of the World publica reportagem sobre problemas no joelho do príncipe William. Realeza pede investigação policial.

Jan. 2007 – Jornalista e detetive contratado pelo "NoW" são condenados e presos por escuta ilegal; o editor do jornal Andy Coulson, se demite.

Mai.2010 – Coulson é nomeado diretor de comunicações do governo britânico.

Jan.2011 – Aparecem mais evidências de grampos; "NotW" demite editor envolvido com escutas; Coulson sai do governo; polícia reabre investigações.

4.jul – Família de menina de 13 anos morta em 2002 descobre que jornal grampeou seus telefones; Murdoch decide fechar o jornal.

17.jul – Chefe da Scotland Yard pede demissão.

19.jul – Murdoch e seu filho James prestam depoimento, em inquérito aberto pelo Parlamento

16.ago – Carta de ex-editor diz que grampos eram "amplamente debatidos" entre editores do "NoW".

8.nov – É revelado que "NotW" contratou investigador particular para espionar o príncipe William.

• 2012

29.fev – James Murdoch renuncia à presidência do conselho da News International; grupo anuncia lançamento do jornal The Sun on Sunday.

3.abr – James renuncia à presidência da operadora de TV a cabo BSkyB.

24.abr – Magnata e o filho depõem no Reino Unido; denúncias de favorecimento na oferta de compra da BSkyB levam à queda de assessor do ministro da Cultura britânico.

Fonte: Folhapress e agências internacionais

A Comissão de Cultura e Meios de Comunicação do Parlamento britânico disse ontem que o magnata Rupert Murdoch "não está apto" para dirigir uma multinacional, e questionou duramente sua gestão do escândalo das escutas ilegais usadas pelo tabloide News of the World, que pertencia ao seu grupo.

Ao entregar um relatório sobre o caso, os parlamentares afirmaram que Murdoch "fez vista grossa" sobre o escândalo. "Rupert Murdoch não tomou as medidas necessárias para informar-se plenamente sobre as escutas telefônicas, fez vista grossa (...) sobre o que acontecia em suas empresas e publicações", aponta o documento.

"Concluímos, portanto, que Rupert Murdoch não é uma pessoa digna de dirigir uma grande companhia."

O relatório aponta também que a News Corporation, o império empresarial de Murdoch, "enganou" a Câmara dos Comuns e demonstrou a "intenção de encobrir" os erros cometidos.

"A News Corporation é culpada pelos enormes erros de governança interna e a ineficácia de Rupert Murdoch para resolver a situação irregular dentro de sua empresa claramente levanta questões sobre sua própria competência", aponta ainda o documento oficial.

Investigação

A comissão apresentou as conclusões após uma ampla investigação que teve início em julho de 2011, logo após o fechamento do News of the World e a detenção de dezenas de funcionários do tabloide, suspeitos de envolvimento com o uso das escutas ilegais.

Liderados pelo deputado conservador John Whit­­tingdale, os parlamentares entrevistaram vítimas das escutas, jornalistas, policiais, advogados e outras pessoas relacionadas com o caso.

Império midiáticoMurdoch construiu um dos grupos mais poderosos de comunicação do mundo:

• Jornais e agências de notícias: The Times, The Sunday Times, The Sun, The Wall Street Journal, New York Post, além de cerca de 150 jornais na Austrália

• Canais de tevê a cabo: Fox News, Fox Business Network, National Geographic

• Canais de TV via satélite: Sky Itália, BSkyB, Tata Sky, Foxtel

• Televisões: FOX Broadcasting Company, MyNetwork TV, FOXSports.com

• Filmes/entretenimento: 20th Century Fox, Fox 2000 Pictures e Fox Searchlight Pictures

• Editora de livros: HarperCollins

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