O presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, aceitou deixar o comando do Exército do país durante negociações de divisão de poder com a ex-premier e líder da oposição, Benazir Bhutto, informou a rede CNN nesta quarta-feira. Com seu mandato chegando ao fim e sua popularidade em queda, o presidente recorreu a um possível acordo com Bhutto para tentar se manter no poder.
- Isso não é mais um ponto em negociação, porque o general Musharraf reconheceu que é muito difícil caminhar em uma transição democrática quando há um chefe do Exército governando o país - disse Bhutto, que comanda a oposição mesmo no exílio em Londres.
Musharraf, cuja popularidade despencou nos últimos meses, deseja conquistar um novo mandato presidencial de cinco anos no processo eleitoral que ocorre no Congresso entre setembro e outubro, antes de expirar, no final do ano, seu mandato como chefe das Forças Armadas. Segundo os planos do dirigente, uma eleição geral será então realizada em dezembro ou no começo de 2008.
Um acordo com Bhutto, que ocupou o cargo de primeira-ministra por duas vezes e cuja legenda, o Partido do Povo Paquistanês, é considerada a mais popular do país, ajudaria Musharraf a conquistar um novo mandato. Mas Bhutto insiste que o presidente abra mão do comando das Forças Armadas antes de tentar se reeleger.
A líder da oposição também aspira ocupar pela terceira vez o cargo de premier, o que exigiria mudança na Constituição. Além de ter de pagar o preço exigido por Bhutto, Musharraf também enfrenta questionamentos a legalidade de sua possível reeleição. Diversas petições sobre o tema se acumulam na Suprema Corte paquistanesa, considerada hostil ao presidente desde que ele tentou destituir o chefe da Justiça, em março.
Aliado dos EUA, o Paquistão é acompanhado de perto pelas potências ocidentais. Além de ter forte presença no desenvolvimento nuclear, o papel tem papel de destaque no combate ao terrorismo.
Deixe sua opinião