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Polícia isola a área onde dois homens foram assassinados durante confronto de grupos rivais do tráfico de drogas, em Acapulco | Stringer/Reuters
Polícia isola a área onde dois homens foram assassinados durante confronto de grupos rivais do tráfico de drogas, em Acapulco| Foto: Stringer/Reuters

Cidade do México - A violência ligada ao crime organizado matou mais de 70 pessoas no fim de semana no México, 45 só no estado de Guerrero (sul), enquanto em Ciudad Juárez (norte), três pessoas ligadas ao consulado dos Estados Unidos – dois americanos e um mexicano – também foram assassinadas, gerando repercussões internacionais. A Casa Branca informou ontem que Lesley Enriquez, funcionária do consulado de Ciudad Juaréz, o marido Arthur Redelf, ambos americanos, bem como o marido de outra funcionária da representação diplomática, de nacionalidade mexicana, foram mortos a tiros, aparentemente por pistoleiros de cartéis das drogas. Segundo um funcionário americano, que pediu para ter sua identidade preservada, as vítimas foram mortas em dois ataques separados, enquanto dirigiam em locais diferentes de Ciudad de Juárez e depois de terem participado, juntos, de um evento na tarde de sábado. "Supostos membros de cartéis de drogas atiraram contra funcionários do Consulado Geral de Ciudad de Juárez que estavam em seus carros particulares", afirmou a fonte, destacando que não é possível saber se eles eram alvos dos ataques.

Reação

O presidente Barack Obama "está profundamente entristecido e ultrajado pela notícia brutal do assassinato de três pessoas", disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, por meio de um comunicado. Os ataques levaram os Estados Unidos a autorizarem que seus funcionários consulares no México enviem os familiares de volta ao seu país para preservar sua segurança. Washington também aconselhou os cidadãos americanos a adiarem viagens desnecessárias a Durango, Coa­­huila e Chihuahua. Por meio de um comunicado, a Chancelaria mexicana lamentou "profundamente os assassinatos" e se comprometeu a "trabalhar com determinação para esclarecer as condições em que os fatos ocorreram e levar à Justiça os responsáveis".

Situada na fronteira com os Es­­ta­­dos Unidos, Ciudad de Juárez, ci­­dade de 1,3 milhão de habitantes, é o centro da guerra entre os car­­téis mexicanos pelo controle do trá­­fico de drogas para o país vizinho. No ano passado, mais de 2,6 mil pessoas foram assassinadas em cri­­mes vinculados ao tráfico. No sul do país, no estado de Guerrero, on­­de atua o poderoso e sanguinário cartel La Família, a onda de vio­­lência atingiu principalmente o por­­to de Acapulco, com pelo me­­nos 31 mortos no fim de semana. Na madrugada de domingo, dois gru­­pos rivais de traficantes trocaram tiros na entrada da região tu­­rís­­tica de Acapulco. Nove pistoleiros e uma jovem de 23 anos morreram.

No sábado, 17 homens foram assassinados em áreas vizinhas ao balneário. Entre as vítimas, seis policiais e 11 civis, quatro deles decapitados, segundo relatórios da Secretaria de Segurança Pública de Guer­­rero. Em Ajuchitlán del Pro­­greso, zona norte de Guerrero, um enfrentamento entre supostos pistoleiros do tráfico e militares deixou 11 mortos na manhã de sábado, sendo dez criminosos e um militar. Outra vítima da onda de violência em Guerrero foi o jornalista Evaristo Solís, assassinado a tiros na sexta-feira em uma estrada que leva à cidade de Chilpan­­cingo, capital do distrito. Na comunidade de Navolato, no estado de Sinaloa (noroeste), o fim de semana começou com a chacina, na noite de sexta-feira, de oito pessoas que estavam e uma festa, invadida por homens armados de fuzis e que obrigaram os cerca de 30 presentes a deitarem no chão. No estado de Chihuahua (norte), entre sábado e domingo, foram registrados pelo menos uma dúzia de homicídios. A violência ligada ao tráfico de drogas deixou mais de 15 mil mortos em três anos no México, apesar da mobilização de mais de 50 mil militares em vários pontos do país.

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