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A necropsia confirmou que o ditador Muamar Kadafi morreu de um tiro na cabeça, afirmou o patologista-chefe da Líbia, Othman al-Zintani, horas antes da declaração da libertação do país ser anunciada dando início a contagem regressiva para a transição do governo revolucionário para a democracia. O anúncio da libertação do país ofuscou os numerosos pedidos de investigação sobre a execução de Kadafi, sob a custódia dos novos governantes líbios.

De qualquer forma, o patologista disse que não poderia divulgar mais detalhes sobre os momentos finais de Kadafi, dizendo que ele primeiro deveria passar um relatório completo ao advogado geral.

O primeiro-ministro líbio, Mahmoud Jibril, disse que não se opõe a investigação, mas citou um relatório oficial dizendo que Kadafi teria sido morto em fogo cruzado durante uma captura histórica.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e o novo secretário de Defesa britânico, Philip Hammond, disseram que uma investigação completa é necessária.

Os revolucionário líbios, imaginam que tenham tido sua reputação "um pouco manchada" pela morte de Kadafi. O secretário de Defesa britânico disse, neste domingo, que o novo governo "deveria querer chegar ao fundo da questão para reconstruir e limpar a sua reputação".

"Este certamente não é o caminho que nós fazemos as coisas. Nós gostaríamos de ver o coronel Kadafi ir a julgamento para responder pelos crimes históricos que cometeu".

Em encontro com a imprensa, Hillary disse que levaria de volta às Nações Unidas uma proposta para investigação da morte de Kadafi e também quais as eram as circunstâncias em que se encontrava o Conselho Nacional de Transição.

Aos 69 anos, Kadafi foi capturado ferido, mas vivo, na quinta-feira, em sua cidade natal, Sirte, a última cidade ocupada pelas forçar revolucionárias. Imagens sangrentas de Kadafi sendo insultado e espancado pelos seus captores aumentaram os questionamentos sobre se ele realmente teria sido morto sob fogo cruzado como afirma a versão oficial ou executado deliberadamente.

O corpo de Kadafi teria ficado em exposição pública num freezer comercial, em um shopping center, na cidade de Misrata, que sofreu um cerco sangrento pelas forças do regime, o que levou a instalação de um ódio virulento contra o ditador. O corpo de Muatassim, filho de Kadafi, e de seu ex-ministro da Defesa, Abu Bakr Younis também estão colocados em exposição. Pessoas usando máscaras cirúrgicas passavam tirando fotos dos corpos.

A Human Rights Watch é uma ONG americana que faz pesquisa e advoga no campo dos direitos humanos, baseada em Nova York, disse que vídeos, fotos e outras informações obtidas "indicam que eles poderiam ter sido executado depois de ser detido".

"A questão é descobrir como eles morreram. Isto irá definir o tom para saber se a Líbia será regida pela lei ou por violência sumária", diz Sarah Leah Whitson, da Human Rights Watch.

Al-Rai TV, estação que serviu como porta-voz para o clã Kadafi, disse que a esposa do ditador, Safiya, também exigiu uma investigação. "Eu estou orgulhosa da bravura do meu marido, Muamar Kadafi o guerreiro santo, e meus filhos que enfrentaram a agressão de 40 países ao longo dos últimos seis meses", disse Safiya.

Novo governo dentro de até um mês

O primeiro ministro líbio, Mahmoud Jibril, disse em sua saída, que caminha-se para a constituição de um governo interino dentro de um mês.

"As consultas para a formação de um governo interino já estão começando. Eu acredito que esse processo deve de uma semana a um mês aproximadamente. Essa é a minha expectativa, mas pode levar um pouco mais de tempo ou menos", disse Jibril.

A eleição para a formação de um Congresso Nacional que substituirá o Conselho Nacional de Transição (CNT) deve acontecer logo em seguida, o mais rápido possível, acrescentou Jibril, declarando que não pretende se manter em nenhuma posição oficial na Líbia.

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