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Crise política

Netanyahu retira indicação de novo diretor do Shin Bet

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, retirou a indicação de Eli Sharvit para o serviço de inteligência interna após críticas do seu partido e de parceiros de coalizão (Foto: EFE/EPA/ATEF SAFADI)

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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, retirou na segunda-feira à noite (31) sua indicação ao nome de Eli Sharvit para chefiar o Shin Bet (o serviço de inteligência interno), depois que sua nomeação gerou críticas dentro da coalizão governante devido às suas críticas a algumas de suas medidas.

“O primeiro-ministro agradeceu ao major-general Sharvit por sua disposição em ser chamado para o serviço, mas o informou que, após cuidadosa consideração, pretende avaliar outros candidatos”, disse o gabinete de Netanyahu em um comunicado nesta terça-feira (1º).

Tanto os membros do partido Likud, do primeiro-ministro, quanto alguns de seus parceiros de coalizão criticaram a nomeação de Sharvit, dada sua participação nos protestos contra a reforma judicial, medida do governo que desencadeou manifestações em massa por todo o país.

“O primeiro-ministro me pediu para assumir como chefe do serviço e continuar servindo o Estado de Israel nestes tempos difíceis, e eu o fiz”, respondeu Sharvit, de acordo com uma declaração do gabinete do premiê.

“Servir ao bem do Estado, à sua segurança e à dos seus cidadãos estará sempre em primeiro lugar”, concluiu.

O perfil de Sharvit, indicado após a demissão de Ronen Bar de seu cargo no Shin Bet, causou divisão dentro do governo.

“Substituir uma pessoa com uma visão de mundo kaplanista [termo que se refere aos manifestantes antigovernamentais que se reúnem na rua Kaplan, em Tel Aviv] por outra semelhante não resolve o problema; apenas o perpetua em uma estrutura diferente”, escreveu o ministro do Patrimônio de Israel, Amichay Elyahu, nas redes sociais.

“Se quisermos fortalecer o sistema democrático, precisamos garantir que aqueles que lideram organizações estratégicas como o Shin Bet respeitem a vontade do povo expressa nos processos democráticos”, reiterou.

Referindo-se ao respeito “à vontade do povo”, Elyahu argumentou que a nomeação ou demissão do chefe do Shin Bet cabe inteiramente ao Poder Executivo, após a Suprema Corte suspender a destituição de Ronen Bar para analisar os recursos apresentados contra a medida.

A procuradora-geral do Estado, Gali Baharav-Miara, também pediu a Netanyahu que não nomeasse outra pessoa até que a Suprema Corte considerasse os recursos, estabelecendo como prazo limite o dia 8 de abril.

Baharav-Miara já havia criticado o primeiro-ministro pela demissão de Bar, alegando que ocorreu no contexto de um “conflito de interesses”, já que o Shin Bet está investigando o escândalo conhecido como “Catargate”, que envolve assessores de Netanyahu.

O conflito entre o governo e o Judiciário também desencadeou inúmeras manifestações em Israel, especialmente em Tel Aviv e Jerusalém, nas últimas semanas.

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Conteúdo editado por: Fábio Galão

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