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O fabricante do Thync, última palavra em estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC), diz que o aparelho é capaz de alterar o humor do usuário em questão de minutos, usando uma corrente elétrica. Conectado a um aplicativo, o usuário escolhe entre “calma” ou “energia”.

O módulo triangular, que cabe na palma da mão, fica preso sobre o olho direito, conectado a um feixe de eletrodos que é grudado na testa e desce pelo pescoço.

Até recentemente, a ETCC era usada principalmente como hobby. Mas várias empresas lançaram aparelhos voltados para o consumidor comum, como o Foc.us, que custa US$ 298, com fone de ouvido e controle, e o The Brain Stimulator, cujo kit para iniciantes sai por US$ 150.

Em janeiro, a revista “Brain Stimulation” publicou a maior meta-análise já feita sobre a ETCC. Depois de examinar cada conclusão reproduzida por pelo menos dois grupos, os autores relataram que não foi possível demonstrar nenhum benefício para usuários submetidos ao teste.

Os desenvolvedores do Thync estão lançando uma nova forma de ETCC que acham mais confiável para ter o efeito desejado. Originalmente, a ETCC tinha como alvo uma região do cérebro, enviando uma corrente que atravessava a pele, o crânio, os vasos sanguíneos e o fluido cerebral.

A estratégia da Thync, em vez disso, é usar pulsações elétricas para estimular os nervos periféricos, mais próximos da superfície da pele, para modular a resposta ao estresse do usuário.

“Passamos um ano e meio otimizando os formatos de onda até o ponto em que nos sentíamos confiantes do ponto de vista científico”, disse Jamie Tyler, diretor científico da empresa.

O formato da onda se refere a uma série de pulsos elétricos com frequência e amplitude que se alteram ao longo do tempo. Teoricamente, esses parâmetros podem ser ajustados para produzir um efeito biológico pretendido.

Mas alguns especialistas duvidam. “Acho que é um pouco cedo para colocar essa tecnologia bem pouco testada e conhecida por aí, como uma espécie de grande experimento social”, disse o neuropsicólogo Rex Jung, da Universidade do Novo México, em Albuquerque, que pesquisa a ETCC .

A Thync publicou um estudo com 82 indivíduos no site bioRxiv, de pesquisas não divulgadas em periódicos. O estudo mediu só o efeito calmante, e os pesquisadores concluíram que o aparelho induzia a “um relaxamento subjetivo significativamente maior”.

“É difícil determinar se a mudança de relaxamento foi devido à estimulação ou porque os participantes se sentavam confortavelmente durante 40 minutos”, disse Jared Horvath, doutorando da Universidade de Melbourne.

Outros especialistas recomendam cautela. “Quase todas as intervenções desse tipo tem algum tipo de efeito colateral”, disse Jung. “Será que a cura não é pior que a doença quando se trata de alterar os circuitos do sistema nervoso periférico?”

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