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Financiamento coletivo e impressoras 3-D facilitam criar jogos de tabuleiro. Dan Shapiro e os filhos brincam com jogo sobre programação de computador | David Ryder para The New York Times
Financiamento coletivo e impressoras 3-D facilitam criar jogos de tabuleiro. Dan Shapiro e os filhos brincam com jogo sobre programação de computador| Foto: David Ryder para The New York Times

Dan Shapiro vendeu uma empresa para o Google e trabalhou na Microsoft. Seu nome aparece em quase uma dúzia de patentes ligadas a tecnologia.

Em seu empreendimento mais recente, porém, Shapiro usou a tecnologia para produzir algo bem simples: um jogo de tabuleiro para crianças.

A tecnologia poderia ter exterminado jogos à moda antiga, os quais jamais podem igualar os efeitos gráficos formidáveis, a ação visceral e as imensas comunidades online de videogames.

Mas em grande parte devido às novas tecnologias tem havido uma produção criativa de jogos de desenvolvedores independentes como Shapiro. "Isso liberou uma nova geração de experimentações lúdicas que antes não era viável", comentou ele.

Hoje em dia, novas ferramentas impulsionam a criação de jogos de mesa desde a ideia até a entrega. Sites de financiamento coletivo recolhem o dinheiro necessário e auferem a demanda.

Máquinas como impressoras 3-D podem criar rapidamente protótipos dos jogos, enquanto a Amazon cuida da distribuição, sem precisar de intermediários.

Embora a indústria do videogame tenha eclipsado há muito tempo os jogos de baixa tecnologia, as vendas de jogos de mesa continuam aumentando.

As vendas em lojas que oferecem produtos de lazer nos Estados Unidos subiram de 15% para 20% em cada um dos últimos três anos, segundo uma publicação especializada nessa indústria.

A Amazon afirma que as vendas de jogos de tabuleiro aumentaram em uma porcentagem de dois dígitos de 2012 para 2013.

No Kickstarter, serviço de financiamento coletivo para projetos, a quantia arrecadada em 2013no ano passado para jogos de mesa foi maior que a quantia para videogames, as quais foram respectivamente US$ 52,1 milhões (R$ 115,1 milhões) e US$ 45,3 milhões (R$ 100,1 milhões).

A experiência de Shapiro com sua criação Robot Turtles, um jogo que ensina conceitos de programação de computador para crianças, ilustra o novo modelo.

Ele arrecadou US$ 631 mil (R$ 1,39 milhão) no Kickstarter em menos de um mês, bem além da meta de US$ 25 mil (R$ 55,2 mil).

Robot Turtles tem mais apoiadores do que qualquer outro jogo de computador na história do Kickstarter. Um total de 13.765 pessoas contribuiu para o projeto, e Shapiro teve mais de 20 mil encomendas antecipadas no site.

Fazendo uma pesquisa no Google, ele descobriu um fabricante em Michigan e o contratou para fazer 25 mil exemplares do jogo. Eles então foram enviadas para um depósito da Amazon, a qual os entregou aos clientes. Ele vendeu todas as cópias.

Alguns jogos novos de desenvolvedores independentes começaram até a ser mais vendidos do que jogos de grandes empresas.

Cards Against Humanity e quatro pacotes de expansão para o jogo estão entre os cinco artigos mais vendidos na seção de brinquedos e jogos da Amazon.

Max Temkin, um dos criadores do Cards, disse que duvidava que o jogo fosse feito sem o financiamento coletivo.

"Ninguém em sã consciência imaginaria que esse projeto seria viável comercialmente. O jogo era muito esquisito e talvez só fosse apreciado por nerds."

Talvez de modo surpreendente, os fãs de videogame estão entre os maiores entusiastas dos jogos de mesa.

Alguns integrantes da indústria dizem que a abundância de oportunidades para se conectar eletronicamente com pessoas também gerou uma ânsia por contatos pessoais.

"Acontece que ficar junto com outras pessoas é muito viciante", disse Jerry Holkins, criador da Penny Arcade Expo, uma série de conferências sobre videogames que dedicou cerca de um terço de seu espaço expositivo aos jogos de mesa.

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