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À medida que o governo Obama busca liberar um caminho para mais projetos de energia renovável, ele se vê cada vez mais preso entre dois aliados: o setor de energia eólica e as organizações ambientais.

Vêm crescendo as tensões entre os dois grupos e o governo desde que uma nova regra federal foi anunciada recentemente para dar permissão às estações eólicas matarem águias-carecas e águas-reais por meio de autorizações com 30 anos de duração.

Segundo grupos conservacionistas, a regra confere aos parques eólicos muita liberdade de ação para operar sem salvaguardas suficientes e não leva em consideração o impacto a longo prazo nas populações de águias.

"Uma autorização de 30 anos é um cheque em branco", disse David Yarnold, presidente e CEO da National Audubon Society, que esteve envolvida nos meses de negociação da regra. "Em essência, a norma afirma que se pode operar as turbinas eólicas e matar quantas águias vierem a morrer."

De acordo com os grupos conservacionistas, a Fundação Nacional da Vida Marinha e da Vida Selvagem rejeitou desnecessariamente um acordo, também apoiado pelo segmento eólico, para desenvolver planos regionais mais detalhados que estabeleceriam limites sobre quantas águias poderiam ser mortas em determinada área.

"Nós colocamos um acordo histórico em cima da mesa, e eles não tiveram visão para dizer ‘sim’", afirmou Yarnold.

Autoridades ligadas à vida selvagem norte-americana defenderam a regra, que será adotada no começo de 2014, dizendo que ela buscou equilibrar as considerações práticas dos projetos a longo prazo dos parques eólicos com a necessidade de manter estáveis as populações de águias.

Embora nem a águia-careca nem a real sejam consideradas espécies ameaçadas – a primeira saiu da lista de animais ameaçados em 2007 –, as duas aves ainda recebem recursos federais de proteção à vida selvagem. É ilegal matá-las ou caçá-las sem autorização adequada.

Desde 2009, as estações eólicas podem se candidatar a autorizações com cinco anos de duração, tendo permissão para matar determinado número de águas, desde que comprovem a adoção de medidas adequadas para manter as aves a salvo.

A nova regra amplia a duração das autorizações para 30 anos. Ela inclui análises federais a cada cinco anos para avaliar se medidas suficientes são adotadas para garantir a conservação das águias.

Embora não se saiba precisamente quantos pássaros são mortos por turbinas eólicas por ano, a estimativa varia de dez mil a mais de 500 mil. Segundo a associação que representa os parques eólicos norte-americanos, as águias representam uma minúscula fração das mortes.

O grupo afirmou que menos de dois por cento das mortes de águias-reais causadas por humanos anualmente se devem às turbinas eólicas, e menos de seis águias-carecas já foram mortas pelo equipamento.

"É um plano de conservação para as águias", disse John Anderson, diretor de política da associação. "Assim, todo esforço deve ser feito de antemão para reduzir o potencial do impacto nas águias e, a seguir, compensá-lo por completo."

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