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Hayet Saadi afirmou que os problemas com o filho Aymen começaram há mais de um ano, quando ele tinha apenas 16 anos de idade. Ele começou a ir à mesquita cinco vezes ao dia. Então, passou a falar sobre a guerra santa e sobre ir à Síria para se unir aos rebeldes que lutam contra o governo do Presidente Bashar al-Assad. Em março ele saiu de casa.

Por fim, no dia 30 de outubro Saadi chegou em casa e encontrou a polícia. Um homem-bomba havia se explodido em Sousse, uma cidade turística na costa do país. Outro foi pego pouco antes de detonar as bombas que levava consigo. A polícia levou os computadores e os telefones da família. O marido ligou da delegacia e disse: "Sim, é o nosso filho". Agora, Aymen está na prisão.

Ataques suicidas de tunisianos são o sinal mais recente da radicalização dos jovens em um país que se tornou um território fértil para grupos islamistas em busca de guerreiros para os conflitos que agitam a região.

Por enquanto, a violência jihadista na Tunísia está cozinhando em fogo baixo. Porém, teme-se que centenas de jovens voluntários tenham sido recrutados por meio de uma rede cada vez mais ampla de mesquitas salafistas linha-dura e treinados para lutar na Síria, com chances de voltar para casa e causar ainda mais problemas.

Desde que a Tunísia deu início à primavera árabe, há mais de três anos, através da derrubada da longa ditadura de Zine el-Abidine Ben Ali, grupos salafistas fundamentalistas surgiram em praticamente todas as cidades. O principal general da Tunísia, Rachid Ammar, alertou em junho que os militantes islamistas tinham a intenção de derrubar o estado tunisiano.

"Não se trata de terrorismo, mas de rebelião", afirmou o general, que se aposentou desde então.

O aumento no número de salafistas jovens como Aymen também é uma evidência de um movimento social popular. Pregadores carismáticos nas mesquitas salafistas oferecem aos jovens um misto de camaradagem e conversas sobre a guerra santa.

Embora a maioria dos salafistas insista que suas atividades são focadas em causas humanitárias e educacionais, é claro para as famílias dos recrutas, para analistas e autoridades do governo que um número cada vez maior de jovens está sendo atraído para a militância.

Em agosto, o governo proibiu a existência de um grupo salafista, o Ansar al-Shariah, por considerá-lo uma ameaça terrorista. Liderado por homens que lutaram no Iraque e no Afeganistão, o grupo recrutou criminosos e traficantes e atraía jovens para a linha de frente, afirmam autoridades.

O governo islamista tentou originalmente atrair os salafistas para o seu lado, mas à medida que a violência cresceu, ele começou um ataque voltado especialmente ao Ansar al-Shariah.

Sob pressão, os membros do Ansar al Shariah passaram a atuar as ocultas.

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