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 | Ellen Weinstein
| Foto: Ellen Weinstein

Desde que foi lançado, há dois anos, o aplicativo para smartphones Tinder uniu mais de 12 milhões de pessoas, segundo a empresa. No entanto, cientistas sugerem que o sucesso do Tinder não se deve ao que ele faz certo, mas ao que os sites de paquera anteriores fizeram errado.

Serviços como eHarmony, OKCupid e Match.com afirmavam que seus algoritmos podiam calcular o amor verdadeiro ou que equações matemáticas podiam de alguma forma dar um "empurrãozinho" para dois estranhos viverem felizes para sempre.

No entanto, tudo o que realmente importa, segundo pesquisadores da Universidade Northwestern e da Universidade Estadual de Illinois, pelo menos no início de um relacionamento, é a aparência. No Tinder, você simplesmente faz o log-in pelo Facebook, escolhe algumas fotos que "o/a" descrevem bem e começa a percorrer as fotos das outras pessoas. Então, você as classifica. Jogar a foto para a direita significa "curtir" e, para a esquerda, o oposto.

Pode parecer que o resultado será previsível (as pessoas mais bonitas receberão mais notas positivas). Mas especialistas em relacionamentos do Tinder dizem que algo diferente também acontece. "Pesquisas mostram que, quando as pessoas avaliam fotos de estranhos, elas tentam encontrar compatibilidades não só em termos físicos, como também do ponto de vista social", disse Jessica Carbino, especialista em paqueras e relacionamentos no Tinder.

Carbino está analisando que tipo de indícios visuais podem levar alguém a "curtir" uma pessoa. Ela descobriu que os usuários do Tinder decodificam uma gama de traços sutis (e outros mais evidentes) antes de decidir para que lado vão mandar uma foto. O estilo das roupas, o franzido dos lábios e até a postura, afirmou Carbino, revelam muito sobre seu círculo social, se elas gostam de se divertir e seu nível de autoconfiança.

Um levantamento do Tinder solicitava que as mulheres analisassem fotos de belos modelos masculinos. Em quase todos os casos, elas reprovaram homens com rostos bem cinzelados. "Homens com linhas mais suaves no maxilar indicam que eles são mais compreensivos", revelou Carbino.

Os homens também julgam uma mulher atraente por fatores que não se limitam à anatomia, mas, em geral, eles têm o triplo de probabilidade de marcar "curtir" (em 46% dos casos) do que as mulheres (14%). "Existe a ideia de que a atração resulta de uma visão muito superficial das pessoas, mas essa ideia é falsa", disse Sean Rad, cofundador e diretor-executivo do Tinder. "Qualquer um consegue detectar milhares de sinais nessas fotos. A foto de um rapaz cercado de amigos em um bar passa uma mensagem bem diferente da foto de um rapaz com um cachorro na praia."

Paul W. Eastwick, professor-assistente de desenvolvimento humano e ciências da família na Universidade do Texas em Austin, disse: "Não há consenso sobre quem é atraente ou não. Alguém que você acha interessante pode não ter o mesmo impacto sobre mim, e isso também se aplica às fotos."

A equipe do Tinder que analisa dados concorda com isso e salienta que o site não tem uma mentalidade elitista. "Qual foi a última vez que você entrou em um bar e alguém disse: ‘Por favor, você pode preencher esse formulário para que achemos aqui pessoas compatíveis com você?’", indagou Rad, referindo-se aos questionários em outros sites de paquera. "Essa não é nossa estratégia para conhecer pessoas na vida real."

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