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Série sobre ET que se apaixona por atriz provoca frenesi | HB Entertainment
Série sobre ET que se apaixona por atriz provoca frenesi| Foto: HB Entertainment

A obsessão da China por um programa de televisão sul-coreano sobre um alienígena de 400 anos que se apaixona por uma atriz arrogante atingiu tal ponto no ano passado que as empresas de vídeo on-line começaram uma corrida para adquirir os direitos de reprodução de outros programas da TV da Coreia do Sul, fazendo seus preços incharem quase dez vezes.

Foi quando os reguladores de entretenimento na China entraram em cena, impondo maiores limites a conteúdos televisivos estrangeiros —parte de uma campanha mais ampla do governo para controlar o mercado de vídeo on-line, que se tornou uma alternativa popular à televisão aberta. Segundo estatísticas oficiais, havia 433 milhões de espectadores de vídeos on-line —incluindo de programas de TV— na China no final de 2014, fazendo deste o maior mercado de streaming do mundo.

Diante dos novos limites, sites populares de streaming como Sohu, iQiyi e Youku querem desenvolver seu próprio conteúdo, inspirado no sul-coreano, para saciar o apetite do país pela programação estrangeira.

Isso significa tentar descobrir o ingrediente secreto da Coreia do Sul —a fórmula mágica que transformou o país em vanguardista da cultura pop, que produz exportações virais como o cantor e rapper Psy, o cantor Rain e sucessos de televisão como “Meu Amor É de Outra Estrela”.

Para as empresas chinesas, parte da estratégia inclui fazer versões chinesas de produtos populares sul-coreanos, especialmente programas de variedades e reality-shows.

Alguns dos programas mais populares da China, como o reality da Hunan Television “Aonde Estamos Indo, Papai?”, foram baseados em formatos sul-coreanos. Quase todos os principais sites de vídeo on-line da China têm contrato com canais de TV e produtoras sul-coreanos para coproduzir programas de televisão sob medida para o público chinês.

Milhões de espectadores da China sintonizaram no ano passado os 21 episódios de “Meu Amor É de Outra Estrela”, que foi ao ar originalmente pelo Seoul Broadcasting System, uma das maiores redes sul-coreanas.

O programa provocou um frenesi. Fãs foram hospitalizadas por comer em excesso frango frito e cerveja (o alimento preferido da atriz que protagoniza o programa), e até a primeira-dama da China, Peng Liyuan, foi tomada pela febre. Segundo a imprensa, ela teria comentado a semelhança física entre o ator principal, um extraterrestre bonitão com uma cabeleira preta, e seu marido, o presidente Xi Jinping, quando era mais jovem.

O público-alvo de dramas como “Estrela”, como o programa é conhecido, consiste principalmente em mulheres, de adolescentes até as de 40 anos, que preferem assistir a programas conhecidos como naocanju, ou “dramas idiotas”, em vez de séries populares americanas como “Game of Thrones” e “House of Cards”.

Há anos observadores da indústria de entretenimento na China tentam explicar a força da televisão coreana no país.

“Os coreanos continuam se saindo bem por causa dos detalhes”, disse Fan Xiaojing, jornalista chinesa e antiga analista da indústria de entretenimento coreana. “A China simplesmente não consegue captar o romance.”

Em uma sessão do Congresso Nacional do Povo, no ano passado, alguns membros passaram uma manhã inteira discutindo e lamentando que a China não conseguia produzir algo como “Estrela”.

Um político graduado, Wang Qishan, teria dito: “Depois de assistir ao programa, finalmente compreendi —os dramas sul-coreanos estão à nossa frente”.

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